ECONOMIA: IBOVESPA sobe com Petrobras e Vale

Porto Alegre, 3 de março de 2015 – Após apresentar certa instabilidade
pela cautela do investidor com a economia do País, o Ibovespa encerrou em alta,
impulsionado pela valorização dos papéis da Vale e da Petrobras, que fizeram
anúncios considerados positivos pelo mercado.

A mineradora anunciou ontem a extensão do acordo de monetização de
ativos de ouro como subproduto em suas minas de cobre no Pará, enquanto a
Petrobras confirmou um plano de desinvestimento no montante de US$ 13,7 bilhões
para este ano e o próximo que deve ajuda a abastecer o caixa da companhia.

Os investidores estão preocupados com a liquidez da Petrobras após a
agência de classificação de risco Moody’s ter retirado o grau de
investimento da companhia citando a possibilidade de a estatal ser obrigada
pelos credores a antecipar pagamentos de dívidas diante da ausência de um
balanço auditado.

“Ainda é uma questão especulativa, porque temos um ponto desfavorável
que é a provável alta na Selic [taxa básica de juros] amanhã pelo BC [Banco
Central]. Por isso, com algumas notícias de hoje, houve um movimento em
operações de menor risco, com baixo volume e pouco interesse, mas que se
sobressaiu”, afirma Waldney Trindade Nery, integrante da mesa de operações da
Uniletra Corretora.

Para Hamilton Alves, analista do BB Investimentos, a instabilidade
apresentada pelo Ibovespa no fim da tarde indica que os investidores não veem
novidades suficientes para reforçar posições. “A incerteza dos mercados do
lado doméstico ainda está travando os negócios”, afirmou.

O Ibovespa encerrou em alta de 0,56%, a 51.304,10 pontos. O volume
negociado foi de aproximadamente R$ R$ 5,143 bilhões.

PERSPECTIVA

Segundo Nery, além das possíveis especulações em torno da decisão
do BC sobre a Selic, o movimento amanhã pode acompanhar os dados sobre a
atividade econômica dos Estados Unidos, na tentativa de avaliar as
possibilidades de um aumento da taxa referencial de juros do país no curto
prazo.

“Amanhã tem possibilidade de realizar [lucros]. Isso só não
acontecerá se tivermos algum indicador externo muito bom e que surpreenda. Nos
Estados Unidos tem PMI [índice dos gerentes de compras, na sigla em inglês] e
Livro Bege, que pode trazer algo que confirme essa realização esperada”,
afirma.

“O mercado aguarda definições sobre o cenário interno e externo,
especialmente sobre a taxa de juros norte-americana. Como o número fechado do
mês do payroll [dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos] sairá na
sexta-feira, números ao longo da semana podem ser importantes”, afirma Alves.
As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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