Porto Alegre, 1 de julho de 2016 – O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, descartou qualquer ligação com as empresas da J&F Participações,
holding proprietária do grupo JBS, alvo da mais nova fase da Operação Lava
Jato. Segundo o ministro, ao voltar para o governo, se desligou do grupo antes
de chegar a Brasília. “Eu fui do conselho de diversas entidades [no passado].
Neste caso, era o conselho consultivo, objeto de consulta. Não tenho mais nada
com nenhuma dessas empresas. Em todas [empresas na qual foi ligado] fui
convidado e aceitei, mas fiz contratos de encerramento”, disse hoje (1), em
entrevista a rádios do centro do país.
A empresa Eldorado Celulose é um dos alvos da fase da operação Lava Jato
deflagrada hoje (1). O escritório da companhia, na Marginal Tietê, zona oeste
paulistana, está sendo vasculhado por agentes da Polícia Federal. A empresa
é controlada pela J&F Participações, holding (empresa que detém a posse
majoritária de ações de outras empresas) que é proprietária do frigorífico
JBS.
Antes de assumir o Ministério da Fazenda, Meirelles presidia o Conselho de
Administração da J&F, dona do Banco Original, JBS, Vigor. Também membro do
Conselho de Administração da Azul Linhas Aéreas.
Meirelles destacou que, ao assumir um cargo público, encerrou todas as
ligações com o setor privado “da mesma maneira quando assumiu o Banco
Central, em 2003”. Na ocasião, o ministro deixou o BankBoston, instituição
na qual trabalhava há 28 anos. Empresa que, destacou, ingressou desde que saiu
da faculdade e chegou durante a carreira a ser presidente mundial da
instituição.
Meirelles afirmou ainda que deixou sem problemas as relações com o Bank
Boston, onde tinha vínculos maiores, da mesma forma que deixou outras empresas
das quais teve participações.
“Em resumo: um processo normal, rigoroso e feito com todo o cuidado. Com
toda a atenção, como eu sempre faço e sempre estando preparado, com
dedicação integral, ao setor público e sem nenhum vínculo com o setor
privado”, enfatizou.
Sobre a Operação Lava Jato, Henrique Meirelles disse que é um processo
absolutamente relevante, saudável e importante para a economia brasileira.
“Tenho destacado há muito tempo que o que é forte no Brasil, hoje, são, cada
vez mais, as suas instituições. Seja o Judiciário, seja o Legislativo, seja
o Ministério Público, seja o Executivo. O que está claro, no Brasil, é a
independência das instituições e a imprensa livre. Na minha opinião, isso é
que dá força para acreditarmos no futuro do Brasil”, declarou.
“Independentemente de questões específicas e de operações
específicas. O que vai concluir ou o que não vai concluir. Quem é culpado,
que não é. Quem vai ser punido ou não”, acrescentou.
Meirelles disse que, mesmo que haja problemas de curto prazo para
companhias específicas, com a operação, o mais importante é que tudo seja
esclarecido e, mais do que isso, que as instituições brasileiras saiam
fortalecidas. “Se analisarmos a história, vamos ver que aquele país que tem
instituição fortes, é aquele país que a longo prazo cresce. Portanto, neste
aspecto, acredito na força, no bom funcionamento das instituições
brasileiras”, afirmou.
Durante a entrevista, o ministro voltou a defender as mudanças que o
governo tem proposto para a economia, como o teto para o limite de gastos da
União e da extensão da proposta para os estados, que renegociam suas dívidas
com o governo federal. Meirelles destacou mais uma vez a importância de metas
fiscais realistas para que as agentes econômicos possam aumentar cada vez mais
a confiança, os investimentos e o consumo cresça. Meirelles foi questionado
sobre o esforço do governo para equilibrar a economia e as demandas políticas
sem afetar as contas públicas.
“O que existe foi, em primeiro lugar, é a fixação realisticamente da
meta de resultado primário de 2016. Posteriormente, a emenda ao Congresso
Nacional da limitação do crescimento das despesas públicas para os anos
seguintes ao máximo da inflação”, disse. De acordo com Meirelles, definida a
prioridade e o ponto básico do que é a política econômica, todas as demais
negociações “têm que ser sujeitas a esse limites”. As informações partem
da Agência Brasil.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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