Porto Alegre, 9 de maio de 2023 – A ata da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco
Central (Copom/BC), realizada nos dias 2 e 3 de maio, apontou que a probabilidade de os cenários
mais extremos de trajetória da dívida pública se reduziu. “As projeções de inflação do Copom
se mantiveram relativamente estáveis desde a reunião anterior. Por fim, no balanço de riscos,
além dos fatores já mencionados, o Comitê avalia que a probabilidade de os cenários mais
extremos de trajetória da dívida pública se reduziu, mas notou também que não houve mudança
relevante nas projeções de inflação uma vez que as expectativas não se alteraram de forma
significante”.
Segundo a ata, este comportamento reforça o entendimento de que não há relação mecânica
entre a política monetária e o arcabouço fiscal. O Copom enfatizou que a execução da política
monetária, neste momento, requer serenidade e paciência para incorporar as defasagens inerentes ao
controle da inflação através da taxa de juros e, assim, atingir os objetivos no horizonte
relevante de política monetária. “Nesse sentido, o Comitê avaliou que os cenários que poderiam
requerer a retomada do ciclo de aperto monetário se tornaram menos prováveis”, indica a ata.
O Comitê avaliou se a estratégia de juros estáveis traçada anteriormente seria suficiente
para a convergência da inflação para suas metas. “Não houve grande alteração no cenário
prospectivo do hiato do produto. Com relação à inflação de serviços e aos núcleos de
inflação, observa-se maior resiliência e menor velocidade da desinflação nas últimas
divulgações, em linha com o processo não linear que o Comitê já antecipava. Além disso, as
expectativas de inflação seguem desancoradas, em parte relacionado ao questionamento sobre uma
possível alteração das metas de inflação futuras”.
Decisão
Considerando os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações
disponíveis, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 13,75% a.a. O Comitê entende que
essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta
ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024. “Sem prejuízo de seu objetivo
fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das
flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
O Comitê ressaltou que segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa
básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. O
Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação
como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. “O Comitê avalia que a conjuntura
demanda paciência e serenidade na condução da política monetária. O Copom enfatiza que, apesar
de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de
desinflação não transcorra como esperado”, frisou.
Indicadores
No âmbito doméstico, o conjunto de indicadores recentes segue corroborando o cenário de
desaceleração gradual do crescimento esperado pelo Comitê. Observa-se alguma moderação nos
indicadores coincidentes de atividade, bem como uma desaceleração na margem no mercado de
crédito. “O mercado de trabalho, que surpreendeu positivamente ao longo de 2022, tem apresentado
resiliência, com aumento líquido nos postos de trabalho e relativa estabilidade na taxa de
desemprego”.
A ata destaca que a inflação ao consumidor continua elevada. “Os componentes mais sensíveis
ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária,
mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação. As
expectativas de inflação para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e
encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente”.
O Comitê discutiu também os impactos do cenário fiscal sobre a inflação e avalia que a
apresentação do arcabouço fiscal reduziu a incerteza associada a cenários extremos de
crescimento da dívida pública. “O Comitê seguirá acompanhando a tramitação e a implementação
do arcabouço fiscal apresentado pelo Governo e em apreciação no Congresso. O Copom novamente
enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do
arcabouço fiscal, uma vez que a trajetória de inflação segue condicional à reação das
expectativas de inflação e das condições financeiras”.
Concluindo, segundo a ata, a reoneração dos combustíveis e, principalmente, a apresentação
de uma proposta de arcabouço fiscal reduziram parte da incerteza advinda da política fiscal. Por
outro lado, a conjuntura, caracterizada por um estágio em que o processo desinflacionário tende a
ser mais lento em ambiente de expectativas de inflação desancoradas, demanda maior atenção na
condução da política monetária.
As informações são da Agência CMA.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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