Porto Alegre, 2 de junho de 2023 – A produção industrial brasileira recuou 0,6% na passagem de
março para abril. A perda de ritmo acontece após o avanço de 1,0% verificado no mês anterior,
quando interrompeu dois meses consecutivos de queda. Em relação a abril de 2022, a indústria teve
retração de 2,7% na sua produção. No ano, acumula queda de 1,0% e, em 12 meses, variação
negativa de 0,2%. Com esses resultados, a indústria ainda se encontra 2,0% abaixo do nível
pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 18,5% aquém do ponto mais alto da série histórica, obtido em
maio de 2011. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (2) pelo IBGE.
“Diferentemente dos últimos três meses do ano passado, quando tivemos um saldo positivo
acumulado de 1,5%, no início de 2023 há uma maior presença de resultados negativos. Em abril,
observamos uma maior disseminação de quedas na produção industrial, alcançando 16 dos 25 ramos
industriais investigados. Esse maior espalhamento de resultados negativos não era visto desde
outubro de 2022”, analisa o gerente da PIM, André Macedo
Responsável pelo maior impacto negativo no resultado deste mês, o setor de produtos
alimentícios registrou o quarto mês seguido de queda na produção, período no qual acumulou uma
perda de 7,3%. “Antes dessa sequência de quedas o setor apresentou resultados positivos por três
meses seguidos, gerando um ganho acumulado de 20,2%. Portanto, ainda é um saldo positivo. Em abril
houve grande influência negativa por parte da produção de açúcar. Isso teve relação direta
com um maior volume de chuvas, especialmente na segunda quinzena do mês, nas regiões produtoras de
cana-de-açúcar da região Centro-Sul do país”, explica André. Por outro lado, a retomada do
crescimento de carnes de bovinos, após ser afetada pelas restrições de exportação para a China,
atenuou a queda do setor.
O setor de máquinas e equipamentos (-9,9%), por sua vez, eliminou o crescimento de 6,7%
observado em março. Neste mês, houve queda disseminada nos seus principais grupamentos.
Já no caso de veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,6%), depois de apresentar
variação nula nos meses de fevereiro e março, houve uma nova redução da atividade. “Automóveis
e caminhões, que são os itens de maior peso na atividade, tiveram queda na produção”, afirma
André Macedo. Ele lembra que esse segmento é um exemplo dos efeitos da manutenção de taxa de
juros em patamares mais elevados, por conta do encarecimento e da maior dificuldade na concessão do
crédito. Taxas de inadimplência elevadas e o maior endividamento das famílias também afetam o
setor e o total da indústria. Para além desses fatores, ele cita que permanece “a dificuldade na
obtenção de componentes eletrônicos para o setor e, por conta disso, observa-se uma maior
frequência de paralisações, reduções de jornadas de trabalho e férias coletivas.”
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,4%), indústrias extrativas
(-1,1%), bebidas (-3,6%), produtos de metal (-3,3%), outros equipamentos de transporte (-5,2%) e
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,9%) também se destacaram negativamente.
No sentido oposto, entre as nove atividades que apresentaram aumento na produção, o setor de
coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,6%) foi o que exerceu maior impacto
positivo em abril. Trata-se do terceiro resultado positivo em sequência do setor, período em que
acumulou crescimento de 6,3%.
Em relação às grandes categorias econômicas, ainda na comparação com março, os setores de
bens de capital (-11,5%) e bens de consumo duráveis (-6,9%) mostraram taxas negativas. Já bens de
consumo semi e não duráveis (1,1%) e bens intermediários (0,4%) registraram avanços em abril.
Enquanto a primeira eliminou a perda de 0,6% acumulada na passagem de fevereiro para março, a
segunda acumulou expansão de 1,8% devido a três meses seguidos de aumento na produção.
Atividade industrial cai 2,7% na comparação interanual
Frente a abril de 2022, a indústria recuou 2,7%, com resultados negativos em 18 dos 25 ramos
pesquisados. As principais influências negativas vieram de produtos químicos (-12,2%), veículos
automotores, reboques e carrocerias (-9,7%) e máquinas e equipamentos (-14,3%).
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-15,7%), metalurgia (-5,5%),
máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-12,2%), produtos de metal (-8,7%), produtos de
minerais não metálicos (-9,6%), bebidas (-7,2%), confecção de artigos do vestuário e
acessórios (-9,9%) e produtos de madeira (-15,9%) também recuaram.
Pelo lado das altas, coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos
farmoquímicos e farmacêuticos (18,1%) foram responsáveis pelas maiores influências positivas.
Vale destacar também os resultados positivos dos ramos de produtos alimentícios (2,0%), de
indústrias extrativas (1,4%) e de outros equipamentos de transporte (19,2%).
Mais sobre a pesquisa
A PIM Brasil produz indicadores de curto prazo desde a década de 1970 relativos ao
comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. A partir de março de
2023, teve início a divulgação da nova série de índices mensais da produção industrial, após
reformulação para atualizar a amostra de atividades, produtos e informantes; elaborar uma nova
estrutura de ponderação dos índices com base em estatísticas industriais mais recentes;
atualização do ano base de referência da pesquisa; e a incorporação de novas unidades da
federação na divulgação dos resultados regionais da pesquisa. Essas alterações metodológicas
são necessárias e buscam incorporar as mudanças econômicas da sociedade. Os resultados da
pesquisa também podem ser consultados no banco de dados Sidra. A próxima divulgação da
produção industrial – Brasil será em 4 de julho. As informações partem da assessoria de
imprensa do IBGE.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 15/08/2025
Suíno Independente kg vivo
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R$ 1.665,00Casquinha de soja à vista tonelada
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Atualizado em: 14/08/2025 10:30