Porto Alegre, 9 de outubro de 2018 – As disputas comerciais envolvendo os
Estados Unidos terão reflexo direto no desempenho da economia do país a partir
de 2019, quando o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 2,5%, segundo as
novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). A estimativa é 0,2
ponto percentual (pp) menor do que a previsão de julho. Em 2020, a
desaceleração deve ser ainda mais forte, com expansão de 1,8%, devido à
dissipação dos estímulos fiscais.
A administração de Donald Trump está engajada em várias disputas
comerciais com seus principais parceiros. Washington impôs bilhões em tarifas
sobre bens fabricados na China, além de já ter adotado sobretaxas ao aço e
alumínio importados de outros países. O governo também tenta negociar a queda
de barreiras com a União Europeia (UE) após ameaças de tarifar o setor
automotivo do bloco.
Para este ano, a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB)
norte-americano foi mantida em 2,9%, mesma projeção feita em julho. O
crescimento de 2018, segundo o órgão, será impulsionado por estímulos
fiscais pró-cíclicos e pelas condições financeiras mais favoráveis, que se
mantêm mesmo diante da continuidade do aperto monetário pelo Federal Reserve
(Fed, o banco central dos Estados Unidos).
“A forte demanda interna deve levar a economia para além do pleno emprego
e aumentar as importações, além de ampliar o déficit em conta corrente”,
diz o FMI no relatório. O Fundo espera que o crescimento dos Estados Unidos no
médio prazo diminua temporariamente abaixo do potencial, para 1,4%, à medida
que o hiato positivo da produção se fecha gradualmente.
Além de alertar para o impacto das disputas comerciais, o Fundo também
chama atenção para a situação fiscal dos Estados Unidos. Segundo o órgão,
os cortes de impostos e o aumento de gastos do governo ampliarão o déficit
fiscal do país, que já estava deteriorado por conta de despesas relacionadas
ao envelhecimento da população.
“O déficit maior não apenas reduzirá os recursos orçamentários para o
investimento em reformas do lado da oferta como aumentará a dívida pública
-já insustentável. Com a economia dos Estados Unidos operando acima do
potencial, a política fiscal expansionista poderia levar a uma surpresa
inflacionária, que deve desencadear um aumento mais rápido do que o esperado
nas taxas de juros do país, um aperto nas condições financeiras globais e uma
apreciação do dólar”, afirma o FMI.
O Fed elevou no mês passado a taxa de juros em 0,25 pp, para a faixa entre
2,00% e 2,25% ao ano, no terceiro aperto monetário de 2018. Na ocasião, a
autoridade monetária confirmou mais um aumento para este ano e outros três
para 2019, reforçando o ritmo gradual de retirada da acomodação no país.
A estratégia do Fed é baseada na força da economia interna, no
aquecimento do mercado de trabalho – cuja taxa de desemprego atingiu o menor
patamar desde 1969 em setembro, a 3,7% – e na aceleração da inflação, que
foi de 2,2% em agosto segundo o índice de preços para gastos pessoais (PCE),
acima da meta de 2,0% do banco central. Com informações da Agência CMA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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