Porto Alegre, 30 de junho de 2022 – Segundo o estudo AgroInfo do
Rabobank, de junho de 2022, o ano tem presenciado um acúmulo de choques: Falta
de insumos industriais globais, agravados por interrupções de portos chineses
devido à Covid; commodities agrícolas mais caras em reação aos conflitos na
Ucrânia; incerteza quanto ao suprimento global de petróleo e derivados.
O mercado, que estava se acostumando com a ideia de que os bancos centrais
de países avançados voltariam a subir juros, passaram a se preocupar com uma
potencial recessão global. No Brasil, ainda que os choques inflacionários
tenham se somado à falta de insumos e alimentos mais caros depois do inverno
rigoroso em meio à reabertura da economia, o real brasileiro destacou-se como
uma das moedas com maior apreciação entre os países emergentes. Essa deveu-se
a: taxas de juros locais em processo de alta, apetite global por commodities
sul-americanas, rotação entre ativos.
No entanto, na visão do Rabobank, este movimento fica para trás, com uma
perspectiva de maiores taxas de juros globais e de menor crescimento global,
aliado a um tradicional efeito do ciclo eleitoral. Esperam também que o real
seja negociado em torno de 5,25 no final deste ano e de 5,20 em 2023.
Ainda que os relatórios mais recentes de inflação comecem a indicar que
o pior também pode ter ficado para trás, o processo de desinflação à frente
ainda será lento. Após sucessivos choques que levaram a inflação doméstica
a um patamar acima de 12,1% a/a em abril, o ambiente permanece desafiador com a
perspectiva da sustentação de preços de commodities energéticas e
agrícolas em patamares relativamente altos com um câmbio menos favorável.
Para 2022, passamos a prever inflação medida pelo IPCA em 7,3%, refletindo o
esforço de Brasília em reduzir impostos de bens como combustíveis e energia
elétrica. Para 2023, por enquanto prevemos inflação de 4,5% (já próximo ao
topo da meta), mas as discussões de alívio fiscal (com gastos por fora teto)
aumentam o prêmio de risco percebido e enviesam nossa previsão de inflação
para cima.
Se estamos próximos de ver o BCB fazer um último ajuste para levar a
Selic a uma taxa de 13,75%, tais discussões de alívio fiscal podem fazer com
que a nossa atual projeção de relaxamento monetário (13,75% ao fim de 2022,
9,50% de 2023 e 7,50% de 2024) seja deslocado para depois. A reabertura da
economia tem surpreendido positivamente e vemos o PIB crescendo a 1,2% em 2022,
mas a perspectiva de juros mais altos do que esperávamos no começo do ano
pesará sobre a atual perspectiva de crescimento de 0,6% em 2023 e de 2,3% em
2024.
Como pontos de atenção, o Rabobank faz os seguintes apontamentos:
* como forças de depreciação locais para o real brasileiro estão os riscos
fiscais e a volatilidade do ciclo eleitoral. Externamente, o conflito na Europa,
a desaceleração da economia chinesa e a normalização de política
monetária nos países avançados também aumentam prêmio de risco.
* atuando na direção oposta, uma melhora nos termos de trocas e nos fluxos de
investimento estrangeiro poderiam sustentar o câmbio em valores próximos ao
justo. A persistência da inflação também pode pressionara Selic para cima,
dando maior suporte à moeda. Com informações do Rabobank.
Revisão: Pedro Diniz (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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