ECONOMIA:Após alta de 10,3% em fevereiro, Ibovespa cai com aversão ao risco

Porto Alegre, 2 de março de 2015 – O Ibovespa, principal índice da
BM&FBovespa, recuava mais de 1% na primeira sessão de março, devolvendo parte
dos ganhos acumulados em fevereiro, quando encerrou o mês com alta de 10,3%. O
cenário externo com maior aversão a risco e preços de commodities em queda
também favorece o viés de baixa.

“A performance de fevereiro [do índice] foi muito forte e, apesar da
queda, o índice vai se sustentando em torno dos 51 mil pontos. O mercado está
mais reticente em relação às notícias internas e também ao mercado externo
mais pesado hoje, com cenário de queda de commodities”, diz Luis Gustavo
Pereira, analista da Guide Investimentos.

“Há uma queda bem generalizada dos principais papéis do índice, com
essa aversão a risco também refletida no dólar e curva de juros. A taxa de
desemprego no Brasil, divulgada na sexta-feira, cresceu e as notícias de Dilma
[Rousseff, presidente do Brasil] corrigindo o [ministro da Fazenda, Joaquim]
Levy acrescentam mais mal estar ao cenário doméstico”, diz Thiago Montenegro,
analista da Quantitas.

A presidente Dilma Rousseff afirmou que a desoneração da folha de
pagamentos foi “importantíssima e continua sendo” e criticou as declarações
do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre as medidas adotadas por seu
antecessor, Guido Mantega. O atual ministro classificou a desoneração como
“brincadeira” e disse que a medida foi “grosseira”.

“Se ela [desoneração] não fosse importante, nós tínhamos eliminado
e simplesmente abandonado. Acho que o ministro foi infeliz no uso do adjetivo.
Agora, o fato é que tanto o ministro como todos os setores estão comprometidos
com uma melhoria das condições fiscais do país”, disse a presidente ontem,
no Uruguai.

Por volta das 16h20, o Ibovespa recuava 0,98% a 51.077 pontos, com giro
financeiro de R$ 3,717 bilhões. No mercado futuro, o contrato do índice com
vencimento em abril caía 1,10% aos 51.690 pontos.

As ações preferenciais da Vale (VALE5) se destacavam entre as quedas,
com recuo de 3,40% a R$ 17,88. Os ADRs da mineradora tiveram o preço-alvo
rebaixado pelo Credit Suisse de US$ 7,50 para US$ 7, com recomendação de venda
dos papéis.

As ações PN da Petrobras (PETR4) recuavam 1,56% a R$ 9,42 e as do Itaú
Unibanco (ITUB4) perdiam 0,54% a R$ 36,28. As informações partem da Agência
CMA.

Revisão: Carine Lopes (carine@safras.com.br) / Agência Safras

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