Porto Alegre, 28 de dezembro de 2016 – A elevação da taxa básica de
juros norte-americana é uma das principais preocupações no cenário
econômico mundial para 2017. O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados
Unidos, decidiu no fim de 2016 aumentar a taxa e informou que prevê mais três
aumentos da taxa em 2017. A subida torna mais atrativas as aplicações no
mercado norte-americano em relação a outros países, principalmente entre os
emergentes, incluindo o Brasil.
A elevação anunciada em meados de dezembro mudou os juros da faixa de
0,25% a 0,5% para 0,5% a 0,75%. A mudança ocorreu depois que o Comitê Federal
de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sinalizou que a economia local
registrava inflação e nível de desemprego baixos.
“Se aumenta lá, sempre há um desequilíbrio no que diz respeito à
distribuição de recursos internacionais. No caso do Brasil, há um volume de
recursos aqui por causa da atratividade do preço do dinheiro [taxas elevadas de
juros]. Mas se a taxa americana sobe, isso criará atratividade lá, já que as
poupanças internacionais passam a ser alocadas para os Estados Unidos”,
explica o economista Paulo Dantas da Costa, ex-presidente do Conselho Federal de
Economia (Cofecon).
Com taxas melhores no mercado dos EUA, segundo o especialista, os
investidores internacionais mudam suas posições, principalmente quando se
trata dos títulos do Tesouro americano, de baixíssimo risco. “Agora, além da
segurança, tem-se a rentabilidade”, afirma Costa.
Além da variação da taxa básica de juros, a mudança de comando nos
Estados Unidos, com a chegada de Donald Trump à presidência, também deve ter
reflexos diretos na economia mundial no próximo ano. “Tenho visto com certa
apreensão a variável Trump”, avalia Costa, principalmente por causa de
declarações do presidente eleito em defesa de empresas norte-americanas.
Europa e China
Para a Europa, a expectativa para o próximo ano, segundo o economista, é
que a região mantenha o desempenho econômico fraco registrado em 2016. No
relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE), divulgado em novembro, o crescimento estimado para o continente em 2017
é de 3,3%, apenas 0,1 ponto percentual acima da avaliação anterior da
organização. “Acho que a Europa não acompanha o resto do mundo no desempenho
econômico. Especialmente quando se compara com a economia chinesa e
americana”, compara
Costa.
No caso da China, os indicadores mostram que o crescimento econômico do
país deve desacelerar em 2017, com uma política monetária mais restritiva. A
projeção de crescimento é de 6,5% ante os 6,7% que devem ser registrados em
2016.
“Chega em um ponto que vai à exaustão porque não existem fatores
econômicos que deem sustentação a crescimentos de 6%, 7% ao ano. Mas no caso
chinês a gente faz uma ressalva porque é um país que tem um mercado interno
de mais de 1,4 bilhão de pessoas. É completamente diferente quando se compara
ao mercado brasileiro, com aproximadamente 200 milhões de pessoas”, disse
Costa. As informações partem da Agência Brasil.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2016 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 13/05/2025 09:50