Vai completar um ano que o governo federal anunciou o plano para melhorar o sistema de armazenagem de grãos no Brasil, em julho de 2013. A pretensão é cobrir o déficit do setor em quatro anos, para isso, R$ 5 bilhões foram disponibilizados para financiamentos nos bancos.
Hoje, as regiões mais deficitárias são aquelas onde a produção cresceu mais rapidamente. O Estado da Bahia, onde houve uma grande movimentação de grãos, tem um déficit maior de armazenagem, em torno de 45% da capacidade de produção. Depois o Centro-Oeste, liderado pelo Estado de Mato Grosso, com 35%, Goiás, em torno de 20%. No Sul, o Paraná com 17%.
Caio Rocha, secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura (Mapa), diz que o déficit de armazenagem do país só deve crescer nos últimos, chegando a 62 milhões de toneladas em 2018.
– Mas também o numero de armazéns será crescente. Estamos focando nossas ações nos principais Estados, com maior déficit – pondera Rocha.
Especialista em projetos de infraestrutura e transporte, Renato Pavan critica o sistema de armazenagem pública hoje, mas ressalta os benefícios do programa disponibilizado pelo governo.
– Temos que usar esses recursos que o governo está oferecendo para o produtor. Que são 15 anos para pagar um investimento da ordem de R$ 400 por tonelada, 3,5% de juros ao ano, um juro altamente subsidiado, três anos de carência, que só com a eliminação da perda da colheita até o silo coletor já paga tranquilamente o investimento no silo – demonstra Pavan.
O programa de incentivo a armazenagem no Brasil foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff em outubro do ano passado e tem vigência de cinco anos. Foram disponibilizados R$ 25 bilhões aos produtores, cooperativas e interessados no setor. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), R$ 3 bilhões foram usados até agora, de um total de R$ 5 bilhões liberados a cada ano.
Todos os bancos e instituições financeiras que trabalham com crédito agrícola podem dispor dos recursos. O Banco do Brasil, que tem a maior participação no crédito rural, financiou até agora R$ 2 bilhões. O diretor do banco, Osmar Dias, diz que 1,2 mil contratos estão aprovados ou em análise para aprovação. O tempo de liberação do recurso é de, em média, 30 dias.
– Este é um projeto diferente do da compra de um trator, de um caminhão, em que o produtor chega com a nota fiscal e, se tiver aprovado o limite de crédito, ele já sai com o financiamento. No caso do armazém, nós temos que analisar a licença ambiental, a viabilidade técnica e econômica deste armazém antes de construir. Se trata de um financiamento que não vai ser pago em um ano, mas em 15 anos. Isso torna mais rigorosa a análise de estabelecimento do limite de crédito para o produtor – justifica Dias.
No Rio Grande do Sul, o produtor rural Antônio Fauthnello espera há 10 meses a aprovação do Banco do Brasil para um financiamento de R$ 700 mil, para a construção de dois silos, com capacidade total de 40 mil sacas. Em um silo antigo, que ele tem na propriedade, só dá para armazenar 8 mil sacas. A construção é de 1978. Segundo o diretor do banco, o tempo de espera é consequência de algum problema em relação ao limite de crédito, a aprovação do limite, ou a questão da licença ambiental.
Os principais investimentos ainda são de cooperativas, mas o diretor-presidente da empresa Kepler Weber, Anastácio Fernandes Filho, comenta que produtores rurais de todos os níveis têm conseguido investir mais em estruturas de armazenagens nos últimos anos e a mudança está transformando também o ritmo dos negócios no mercado.
– Estou torcendo que aconteça – diz o produtor rural.
Fonte: Canal Rural.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50