Porto Alegre, 7 de outubro de 2022 – A produção de milho no Brasil deverá ser de 126,941
milhões de toneladas na próxima safra, 12,5% a mais do que a produção registrada na safra
2021/2022, essa alta vai sustentar o crescimento do mercado de etanol. Os dados são do primeiro
levantamento de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), publicados esta semana pela
estatal. O crescimento será impulsionado principalmente pela produção de segunda safra, que
deverá passar de 85,622 milhões de toneladas para 96,276, quase 11 milhões de toneladas a mais. O
milho de primeira safra deverá subir de 25,026 milhões de toneladas para 28,692 milhões de
toneladas, variação de 14%.
O milho segunda safra é a principal fonte de matéria-prima para o etanol de milho e produtos
de nutrição animal, como DDGS e óleo de milho. O presidente da União Nacional de Etanol de Milho
(Unem), Guilherme Nolasco, explica que a projeção da Conab vem ao encontro das perspectivas de
crescimento do setor do biocombustível, que deverá contar com pelo menos mais duas unidades em
operação a partir de 2023 e possível expansão de indústria que já estão em atividade.
O setor de etanol de milho tem uma previsão de crescimento que está baseada nas perspectivas
de produção do grão no país. Atualmente, o país cultiva milho de segunda safra em cerca de 40%
da área utilizada para o plantio de soja, ou seja, existe um potencial de expansão muito grande
para o milho sobre estas áreas já consolidadas pela agricultura. O levantamento da Conab aponta
que a segunda safra de milho 2022/2023 deverá ser cultivada em 17,2 milhões de hectares, enquanto
a soja vai ocupar 42,9 milhões de hectares.
Com isso, a expectativa do setor é produzir 10 bilhões de litros de etanol de milho na safra
2030/2031, mais que o dobro do que é produzido atualmente. De acordo com dados do Instituto
Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o país deverá produzir 4,5 bilhões de litros de
etanol de milho na safra 2021/2022, incremento de 31% em comparação com a safra anterior, que
colocou 3,43 bilhões de litros no mercado.
Para gerar 4,5 bilhões de litros, as indústrias vão processar 10,3 milhões de toneladas de
milho, o que representa menos de 10% do total produzido no país. O setor de etanol de milho trouxe
mais previsibilidade para o mercado do milho, impulsionando investimentos na produção de segunda
safra sem competir diretamente com a produção de alimentos. Vale lembrar que os farelos de milho
originados na indústria de etanol são destinados à produção de proteínas.
De acordo com o levantamento do Imea, a produção de farelos de milho (DDG; DDGS; WDG),
utilizados como insumo para ração de animais, tanto pets quanto suínos, peixes e aves, e na
intensificação da pecuária de corte, deverá superar 2,5 milhões de toneladas na safra 2021/2022
e a expectativa é chegar a 6 milhões de toneladas na safra 2030/2031.
Com base nestas projeções, as indústrias de etanol estão buscando novos mercados para os
produtos de nutrição animal. Este ano, o país já exportou 159,5 mil toneladas para países como
Vietnã, Nova Zelândia, Arábia Saudita e Reino Unido. Em 2020 o setor havia embarcado cerca de 85
mil toneladas para a Turquia, mas com a pandemia os envios foram suspensos em 2021.
Há um potencial muito grande no mercado internacional para os farelos de milho e estamos
estudando, junto com os associados, destinos, rotas e características deste setor lá fora. A
exportação é uma importante ferramenta para precificar e dar vazão ao excedente produzido,
explica Nolasco.
As informações partem da assessoria de imprensa da Unem.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45