ETANOL: Aprovação de PEC melhora perspectiva para biocombustíveis, diz BTG

Porto Alegre, 14 de julho de 2022 – A Câmara aprovou a emenda
constitucional conhecida como PEC 15, que determina que a União e os estados
mantenham, em termos percentuais, a diferença de alíquotas aplicáveis a cada
combustível fóssil e aos biocombustíveis substitutos em patamar igual ou
superior ao vigente em 15 de maio de 2022.

Para o BTG Pactual, a aprovação deve colocar o etanol em um patamar mais
coerente, sólido e competitivo, depois de um período de tanta volatilidade no
setor. “Com a garantia constitucional de que os combustíveis renováveis
pagarão impostos mais baixos em relação aos combustíveis fósseis, etanol e
outros biocombustíveis poderão desfrutar de uma perspectiva muito mais forte
à frente”, explica a corretora.

O texto da PEC garante ainda que, nos primeiros 20 anos de vigência da
emenda constitucional, a lei complementar não poderá estipular diferencial
competitivo em patamar inferior ao garantido na transição (referente ao
praticado em maio de 2022).

Toda vez que as alíquotas de combustíveis fósseis forem mudadas, o mesmo
deve ocorrer para os biocombustíveis a fim de manter a diferença anterior.
Isso valerá tanto para as proposições legislativas estadual ou federal quanto
para as decisões judiciais com efeito geral.

Os analistas do BTG lembraram que as ações da Raízen, São Martinho,
Jalles e Adecoagro caíram nos últimos meses cerca de três vezes acima do
Ibovespa, que teve uma retração média de 9%.

“O programa Renovabio deve proteger o etanol embora apenas no médio prazo.
Ainda assim, o resultado com a aprovação da PEC traz uma perspectiva melhor e
favorável ao etanol (e ao açúcar). As pressões sobre os lucros de curto
prazo agora parecem menores, aponta a análise.

Por fim, o BTG afirma que, após a venda, as quatro empresas citadas devem
ser negociadas a 4,7x (Raízen), 5,6x (São Martinho), 4,1x (Jalles) e 5,9x
(Adecoagro) EV/ EBIT para o próximo ano fiscal. A corretora recomenda a compra
dessas ações.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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