Porto Alegre, 27 de novembro de 2014 – A Cosan avaliou nesta quarta-feira
que existem dois potenciais fatores favoráveis em 2015 para a indústria de
etanol, que tem enfrentado dificuldades nos últimos anos em meio a políticas
do governo desfavoráveis para o combustível.
“Há dois upsides potenciais para o negócio de etanol que nem sequer
estão expressos em nosso guidance”, disse Vasco Dias, presidente da Raízen,
joint venture da Cosan e da Shell.
Falando antes de evento de investidores no Cosan Day, em São Paulo, o
presidente da maior produtora de açúcar e etanol do Brasil disse que novas
medidas do governo poderão em breve aumentar os lucros da empresa.
A primeira medida possível tem relação com a reintrodução de uma taxa
sobre a gasolina conhecida como Cide, o que permitiria que o etanol recuperasse
alguma parcela do mercado de combustíveis de veículos leves que perdeu nos
últimos anos, disse Dias.
Ao longo dos últimos anos, o governo tem procurado conter a inflação
mantendo o preço da gasolina controlado. Uma das estratégias para isso foi
eliminar a Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico), o que
prejudicou a competitividade do etanol. Fonte do governo consultada nesta
quarta-feira disse que está em análise o aumento da alíquota da Cide sobre
combustíveis, zerada desde 2012.
De acordo com a fonte, além de gerar receita anual superior a 10 bilhões
de reais, o tributo vai melhorar a competitividade do etanol no mercado
brasileiro. A Cide foi de 28 centavos por litro antes de o governo eliminá-la.
Além disso, Dias disse que o governo poderia, no próximo ano, aumentar o
limite máximo da faixa de mistura de etanol na gasolina para 27,5%, ante o teto
atual em vigor de 25%, e com isso aumentar a demanda pelo etanol anidro.
O governo está em fase final de estudos de viabilidade sobre os efeitos da
mistura maior. As informações são da Reuters.
Revisão: Cândida Schaedler / Agência SAFRAS
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