As exportações brasileiras de carne suína in natura atingiram 35 mil toneladas em fevereiro. Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), este foi o pior resultado desde março de 2015. A receita chegou a US$ 97 milhões, queda de 21% em relação ao mês anterior.
De acordo com o analista de mercado José Carlos Hausknecht, um dos fatores que explicam o mau desempenho das vendas externas é o embargo russo à carne suína brasileira.
“A Rússia foi responsável no ano de 2017 por 43% das exportações brasileiras. Você ter esse mercado fechado com certeza acaba gerando excesso de oferta no mercado interno. Assim, os exportadores direcionam a carne para o mercado interno e ajuda a pressionar os preços para baixo”, disse.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a queda nas exportações já reflete nos preços do mercado interno. No acumulado de fevereiro, as cotações caíram 5,7% em São Paulo. Em comparação com o mesmo período de 2017, a redução é de quase 30%.
“O produtor frente a uma situação de custos altos e baixa rentabilidade começa a aumentar o abate de fêmeas ou começa a abater mais cedo os animais. Isso isso acaba, no curto prazo, gerando excesso de oferta e pressiona ainda mais o preço”, explicou Hausknecht.
Operação Carne Fraca – Outro fator que pode prejudicar ainda mais o consumo interno e reduzir as cotações são as novas denúncias da 3ª fase da Operação Carne Fraca que investigam a BRF, uma das maiores empresas do setor de proteína animal.
Custos – O preço do milho também deve ser um ponto de atenção do criador. Nesta semana a saca de milho voltou a ser negociada acima de R$ 40 em Campinas (SP).
Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 13/05/2025 09:50