Porto Alegre, 10 de fevereiro de 2022 – A crise geopolítica e energética
— que está refletindo na produção e exportação de fertilizantes em
países como China, Rússia e Bielorrúsia, ocasionando em uma menor oferta do
produto em 2022 — traz um alerta de especialistas aos produtores rurais:
planejamento para adquirir o produto o quanto antes.
Isso porque o impacto na redução das exportações, que já elevou o
preço do produto em 2021, deverá aparecer neste ano. No ano passado o Brasil
ainda conseguiu aumentar a importação e atingiu a marca recorde de 41 milhões
de toneladas descarregadas nos portos do país.
A Portos do Paraná – que abrange Paranaguá e Antonina — informou que entre
janeiro e novembro de 2021, foram descarregadas 10,5 milhões de toneladas de
fertilizantes.
Para o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos
Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), Aluísio Schwartz Teixeira, as
perspectivas são muito boas para o agronegócio neste ano, mas é preciso ficar
em alerta.
“Teremos uma movimentação muito forte em 2022 no Brasil e a perspectiva,
a médio prazo, é de continuarmos crescendo. No entanto, para acompanhar este
crescimento precisaremos crescer em toda a logística brasileira e garantir o
adubo para a próxima safra. Isso porque, atualmente entregamos em 2021 o volume
previsto para 2025”, alerta Aluísio
A recomendação do Sindiadubos é para que os produtores brasileiros não
demorem para iniciar a aquisição do produto, importado pelos distribuidores
nacionais, para a próxima safra.
“É preciso ter a logística antes de uma nova alta do produto. Isso
porque ainda temos alguns problemas internacionais no radar como, por exemplo, a
possibilidade de que a Bielorússia não exporte mais nada definitivamente para
o Brasil”, alerta.
Segundo ele, as perspectivas são boas para o agronegócio como um todo,
principalmente nas principais culturas como milho, soja, café, algodão e cana,
mesmo com a alta dos fertilizantes. “Mas como este mercado depende de uma
série de fatores, é importante estarmos à frente para garantirmos uma safra
recorde”, completa Aluísio.
Mercado aquecido – O Porto Ponta do Félix (PPF), em Antonina, contabilizou em
2021 um crescimento de 97% na movimentação de descarga de fertilizantes, se
comparado com 2020.
O diretor-presidente do Porto da Ponta do Félix, Gilberto Birkhan, explica
que 14% do crescimento em descargas de fertilizantes feito pelos portos do
Paraná, no ano passado, desembarcaram no Terminal.
“Para este ano, mesmo com toda a crise geopolítica internacional, a nossa
perspectiva é manter este aumento nas importações de fertilizantes.
Inclusive, estamos construindo novos silos e armazéns que irão aumentar em 60%
a capacidade do Porto para este tipo de carga”, afirma Gilberto.
Outro fator relevante foi que o aumento no preço do fertilizante, devido a
redução na oferta da matéria-prima, também resultou em superlotação das
áreas destinadas para armazenagem do produto nos portos do Paraná. Isso porque
muitos importadores preferiram não mexer no produto armazenado até o período
da safra.
Com isso, uma das vantagens operacionais do PPF está no fato de terminal
contar com um entreposto aduaneiro. Isso possibilita uma maior flexibilidade nas
negociações comerciais e a geração de crédito rotativo imediato ao
importador, já que seu recibo serve como garantia para desconto em até 80% do
valor em bancos. “Além disso, a permanência provisória em locais
entrepostos, diminui possíveis congestionamentos em portos e armazéns na área
portuária, por exemplo”, completa Gilberto.
Operação e armazenamento – A Fortesolo, empresa que atua nos serviços de
operação portuária e armazenagem de fertilizantes em Paranaguá também teve
aumento em suas atividades no ano passado. As ampliações das áreas de
armazenagem auxiliaram na cadeia logística em 2021, oferecendo melhores
serviços.
A empresa aumentou sua capacidade de armazenamento para 226 mil toneladas e
pretende chegar a 326 mil toneladas com as futuras ampliações nos próximos
meses. As obras aumentarão possibilitarão aumentar em 40% o recebimento de
cargas.
Mas o diretor-presidente da Fortesolo, Marco Antonio Ghidini, também alerta
sobre a importância de garantir a logística e a operação antecipadamente.
“Este é um ano bastante promissor e estamos otimistas para 2022. O
aumento de capacidade de armazenagem reflete na operação portuária, que
poderá descarregar maiores volumes, mas o planejamento no que se refere ao
fertilizante é fundamental”, finaliza Ghidini.
As informações partem da assessoria de imprensa.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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