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FERTILIZANTES: Com orgânicos, Brasil não precisa usar terras indígenas

9 de março de 2022
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Porto Alegre, 9 de março de 2022 – “Em meio à polêmica relativa à
utilização de terras indígenas para extração de potássio destinado à
produção de fertilizantes minerais, é pertinente transformar um passivo
ambiental — o lodo produzido pelas estações de tratamento de efluentes — em
ativo estratégico para o agronegócio: os fertilizantes orgânicos
compostos”. Ponderação é do engenheiro agrônomo Fernando Carvalho
Oliveira, responsável técnico da Tera Ambiental.

O tema ganha relevância neste momento em que as sanções econômicas à
Bielorrússia e à Rússia comprometem o fornecimento ao Brasil de potássio e
fertilizantes minerais por parte dos dois países, grandes produtores mundiais.
Segundo Oliveira, ainda é difícil quantificar de maneira precisa o volume da
produção de fertilizantes orgânicos compostos, pois é uma atividade
descentralizada. Significativa parcela é oriunda do tratamento de resíduos
orgânicos ou subprodutos das atividades agrícolas, pecuárias,
agroindustriais, industriais e do saneamento básico.

Considerando o imenso volume de resíduos dessas distintas fontes, é
expressivo o potencial de crescimento da produção nacional de fertilizantes
orgânicos, principalmente a partir do aproveitamento da grande quantidade
gerada no meio urbano, principalmente a partir da rede de tratamento de esgotos.
Isso, além de ampliar o abastecimento do mercado, contribuirá muito para
reduzir o volume de lixo despejado diariamente nos aterros sanitários. Segundo
dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, a geração aumentou de
66,7 milhões de toneladas, em 2010, para 79,1 milhões, em 2019, com uma
diferença de 12,4 milhões de toneladas. Cada brasileiro produz, em média,
379,2 quilos de lixo por ano, mais de um quilo diário.

“A tecnologia mais utilizada para a produção de fertilizantes
orgânicos é a compostagem termofílica, mas não podemos quantificar a
produção, visto que grandes quantidades de resíduos orgânicos de atividades
agropecuárias ainda são utilizadas na agricultura sem nenhum tipo de
tratamento ou processamento industrial”, explica o agrônomo, acrescentando:
“Porém, pesquisa de mercado realizada pela ABISOLO (Associação Brasileira
das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal) aponta que o setor faturou
R
231 milhões registrados em 2019. Com base nesse resultado, é possível estimar
que a produção brasileira de fertilizantes orgânicos compostos sólidos,
para aplicação via solo, seja de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas
anuais”.

A Tera Ambiental, fabricante dos fertilizantes orgânicos Tera Nutrição
Vegetal, por meio da compostagem de resíduos em escala industrial, identifica
em seu próprio desempenho essas tendências conjunturais. Nos últimos quatro
anos, produziu e comercializou a totalidade de sua produção, ou seja, 196 mil
toneladas.

A produção de fertilizantes orgânicos compostos, que é um exemplo
perfeito de economia circular e sustentabilidade ambiental, vem numa crescente
no Brasil nos últimos cinco anos, sobretudo pela satisfatória evolução do
marco regulatório, que envolve e orienta o segmento produtivo. É possível
afirmar que as unidades fabris atualmente instaladas estão buscando aumentar
sua produção ao nível máximo, que, ainda assim, deve ficar aquém da
demanda. Esse é um segmento com vasto potencial de crescimento, mas novas
unidades de produção não têm meios para se instalar rapidamente, devido à
complexidade dos procedimentos legais e licenciamento.

Mais produtividade e menos uso do fertilizante mineral

O agrônomo explica que os fertilizantes orgânicos não substituem os
minerais, mas contribuem para o seu melhor aproveitamento e, com isso, reduzem
suas taxas de aplicação, com ganhos de produtividade. Além de fornecer macro
e micronutrientes às plantas, propiciam melhorias físicas, químicas e
biológicas no sistema solo-planta, reduzindo perdas e aumentando o
aproveitamento dos nutrientes fornecidos pelos fertilizantes minerais.

Os percentuais de redução do uso do fertilizante mineral dependem da
qualidade do fertilizante orgânico, assim como de suas taxas e frequências de
aplicação num determinado cultivo. Quando consorciado com o fertilizante
orgânico composto, é possível afirmar que a economia nas taxas aplicadas de
fertilizantes minerais varia entre 30% e 50%. “Tal redução na demanda, num
momento complicado como o dos fornecedores do Leste da Europa, é
significativa”, frisa Oliveira.

A relação de valores por hectare da aplicação de fertilizantes
orgânicos é muito variável. O impacto do frete é significativo. Portanto,
quanto mais próximo a área agrícola da unidade de produção, melhor será a
relação de custo-benefício. Os preços dos fertilizantes orgânicos variam
entre R
mais ricos em NPK (nitrogênio, fósforo e potássio), seja pela natureza das
matérias-primas ou pela padronização com insumo diversos. Dentro do cenário
de preços elevados e redução de oferta de fertilizantes minerais no mercado o
uso dos orgânicos passa a ser viável também em distâncias maiores entre o
fornecedor e as propriedades rurais destinatárias.

Em que pese a importância dos fertilizantes minerais, considerando a ampla
maioria dos solos brasileiros altamente intemperizados, lixiviados,
quimicamente pobres e carentes em matéria orgânica, o uso contínuo dos
fertilizantes orgânicos compostos é um importante investimento na melhoria e
manutenção da qualidade da terra, inclusive para o melhor aproveitamento dos
fertilizantes minerais. “É fundamental que o produtor agrícola brasileiro
passe a valorar a matéria orgânica e seus benefícios ao solo como um
investimento de longo prazo, com efeito permanente, inclusive para ganhos de
produtividade e redução de custos com insumos diversos”, ressalta o
agrônomo da Tera.

Oliveira explica que os fertilizantes Tera Nutrição Vegetal utilizam
matérias-primas de resíduos orgânicos urbanos, compostos por lodos de
tratamento biológico de efluentes, restos de alimentos pré e pós-consumo e
outros de origem industrial e agroindustrial. “Trata-se de um notório exemplo
de economia circular, promovendo o tratamento de resíduos orgânicos diversos
e reciclando nutrientes de planta e matéria orgânica, além de gerar empregos
e impostos e evitar o aterramento de materiais com potencial de reaproveitamento
na agricultura”, conclui. As informações partem da assessoria de imprensa
da Tera Ambiental.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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