Porto Alegre, 27 de dezembro de 2021 – A disparada do preço dos
fertilizantes em 2021 tem levado muitos produtores a procurarem soluções mais
econômicas para adubar as lavouras, sem comprometer a produtividade. Com isso,
tem crescido o interesse pelo uso de práticas agroecológicas e
biofertilizantes, principalmente nas pequenas propriedades. Nos últimos meses,
a Emater-MG tem recebido uma grande demanda na área e promoveu cursos e
treinamentos como o 1 Encontro sobre Transição Agroecológica, realizado em
Cataguases, na Zona da Mata.
No encontro promovido pela Emater-MG e a Secretaria Municipal de Agricultura
e Meio Ambiente, o coordenador estadual de Agroecologia da empresa mineira,
Fernando Tinoco, mostrou aos participantes um novo conceito de fertilização do
solo, com a produção livre de agrotóxicos, por meio de preparos, compostos e
biofertilizantes, que são adubos produzidos na propriedade, utilizando
materiais existentes no local como esterco, leite, cinzas e outros.
“Com a alta de preço dos fertilizantes industrializados, está havendo
muita procura por práticas e técnicas agroecológicas. Produtores que nunca
pensaram em usar biofertilizantes estão passando a usar, principalmente em
pequenas áreas”, comenta Fernando Tinoco.
Durante o treinamento, o coordenador da Emater-MG ensinou o passo a passo
das principais caldas e adubos orgânicos. Além da aula prática, os
participantes receberam uma apostila com informações e receitas para
utilizarem no dia a dia de suas propriedades. “A partir dessa iniciativa,
pretendemos disseminar estas práticas para mais produtores do município”,
diz o extensionista local, Luiz Fernando Godinho.
Preços dos fertilizantes dobraram
Segundo a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o valor
dos fertilizantes subiu mais de 100%, de janeiro a setembro deste ano. No
período, os preços da ureia, do MAP (fosfato monoamônico) e do KCL (cloreto
de potássio) subiram 70,1%, 74,8% e 152,6%, respectivamente. A forte alta se
deve a uma combinação de preços internacionais elevados, grande demanda,
escassez da oferta mundial e problemas logísticos. E como se trata de
componentes fundamentais para o plantio das safras agrícolas, os custos da
produção agropecuária foram para as alturas.
Fernando Tinoco diz que o ideal é que a migração do sistema tradicional
para o agroecológico seja feita com o acompanhamento de um profissional da
área, como os extensionistas da Emater-MG. Mas o coordenador dá algumas
orientações para o produtor que trabalha no modo tradicional e está
interessado em adotar técnicas agroecológicas.
“Ele pode iniciar fazendo a compostagem, que é a decomposição de
materiais orgânicos. Como adubo de plantio, dá para fazer a mistura de esterco
de vaca ou galinha, palhada (bagaço de cana ou capim picado) e /ou acrescentar
minerais. Para algumas culturas, a gente pode usar a mistura não só para o
plantio, como também na adubação de cobertura”, explica.
Já os biofertilizantes líquidos são mais indicados como adubos de
cobertura. “O mais simples e fácil de preparar são os biofertilizantes a
base de esterco fresco de vaca e de cama de frango, acrescido também de alguns
minerais, dependendo da cultura. Aí deixamos fermentar em caixas plásticas ou
bombonas por um período aproximado de 30 dias”, diz Tinoco.
Bioinseticidas
A compostagem leva cerca de 90 dias para fermentar e estar apta para o uso.
Tinoco explica que não é bom usar o esterco fresco diretamente na planta, por
ter algumas bactérias e outros microrganismos que podem contaminar os
alimentos.
“Além de serem utilizados como adubo foliar e de cobertura, os
biofertilizantes também são considerados repelentes de insetos pelo forte
cheiro. Eles ajudam ainda no aumento da vida do solo, pois a flora microbiana
possibilita a melhor liberação e absorção de minerais do solo, que antes
estavam pouco disponíveis. Com isso, melhora a absorção desses elementos pelo
sistema radicular das plantas e, com o passar do tempo, elas se tornam mais
vigorosas e produtivas”, argumenta Tinoco.
Nos últimos anos, no Brasil, tem crescido bastante o uso de bioinsumos.
Além de compostos orgânicos, há micro-organismos utilizados para o controle
de pragas e doenças, que também integram a linha agroecológica. Também
entram nessa família a criação e multiplicação de insetos, fungos e
bactérias que são usados no controle de pragas e doenças, em substituição
aos agrotóxicos.
“Hoje em dia, existem muitos produtores no país, inclusive de grandes
fazendas, eliminando gradativamente ou na totalidade os defensivos e insumos
químicos. E o que vemos é que eles estão obtendo excelentes resultados,
diminuindo custos de produção e, em muitos casos, melhorando até mesmo a
produtividade”, assegura Tinoco.
As informações partem da assessoria de comunicação da Emater-MG.
Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Dados referentes a semana 19/12/2025
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R$ 68,50Preço base - Integração
Atualizado em: 19/12/2025 08:45