A Cooperativa Central Aurora Alimentos emitiu nota nesta quinta-feira (29) informando que a unidade industrial de abate de processamento de aves do município de Abelardo Luz (SC) entrará em férias coletivas de 1° a 30 de junho deste ano. Somente esta planta emprega 1.391 trabalhadores e abate 33,5 milhões de frangos por ano, o que representa 13,4% do abate total da Aurora. De acordo com a empresa, não está prevista demissão de trabalhadores.
Na nota, a cooperativa se justifica afirmando que devido a face da complexidade da cadeia, a partir desta semana ela começa a adotar os procedimentos para implementar a medida “pois são necessários cerca de 63 dias para diminuir a geração de ovos férteis, a produção de pintainhos, o alojamento e o abate, harmonizando essas fases com a suspensão das atividades da unidade que entrará em férias coletivas”.
A Aurora ainda afirma que a medida se tornou necessária em razão do difícil momento que vive o setor de produção de proteína animal no Brasil desde agosto do ano passado. “Muitas indústrias avícolas – pertencentes a várias companhias brasileiras – foram desabilitadas a exportar para a Europa desde o último bimestre de 2017. No mesmo período, a Rússia, que representava um grande comprador de produtos cárneos, suspendeu as importações. A conjugação desses dois episódios produz o efeito de oferta excessiva e deterioração de preços”, diz o comunicado.
Outro ponto citado na nota foi o suprimento do milho, um dos principais insumos da avicultura industrial, que passa por um período de retenção especulativa, tendo como efeito o inflacionamento artificial do preço. “Essa situação agrava as dificuldades do setor e força as agroindústrias a obter no exterior o milho para a manutenção dos quase 520 milhões de aves alojadas em todo o país”, continua.
Aurora explica que em consequência deste cenário, uma grande parcela da produção nacional destinada à exportação acabou permanecendo no mercado doméstico. “Nesse estágio, a capacidade de armazenagem à frio, própria e de terceiros, chega ao seu limite, tornando-se imperiosa a necessidade de reduzir temporariamente a produção”, explica.
A Cooperativa afirma que avaliará e decidirá em junho se haverá necessidade de colocar uma segunda planta industrial em regime de férias coletivas. “Enquanto isso esperamos que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Ministério das Relações Exteriores obtenham sucesso na defesa técnica e política do setor da proteína animal, buscando o restabelecimento dos fluxos comerciais internacionais tão duramente conquistados pela indústria brasileira da carne”, finaliza.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50