Porto Alegre, 8 de junho de 2021 – O câmbio foi o principal fator da
alta das commodities agrícolas no Brasil em 2020 e vem sustentando em 2021 os
patamares de preços, em especial o da soja. Neste ano, o reforço para a
continuidade deste patamar veio de Chicago, com preços praticados no mercado
internacional, em especial na soja e no milho. Este foi o tema central do
Agropauta Web Talks realizado na noite desta segunda-feira, 7 de junho.
Participaram do debate o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Eugênio Zanetti, o vice-presidente
da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) e sócio da Corretora Renato
Agronegócios, Christiano Erhart, e o analista de Safras & Mercado, Luiz
Fernando Roque.
Para Roque, o grande fator que explica a maior parte deste movimento foi o
câmbio. O analista lembro que, no início da pandemia, o câmbio puxou os
preços e o mercado se movimentou internamente porque houve uma demanda muito
forte da China, especialmente da soja, principalmente por causa da segurança
alimentar. “Vimos a China puxando essa fila e demandando o máximo possível
para garantir suprimentos em 2020 e isso enxugou estoques do Brasil e Estados
Unidos com o Brasil finalizando o ano quase zerado em estoques com 2 milhões de
toneladas, o que garante um mês de esmagamento. E neste ano temos o fator de
Chicago, principalmente na soja e no milho, que estão em patamares muito
bons”, observou.
Para Erhart, a questão do câmbio foi muito importante na questão das
commodities, mas citou também o impacto do grande crescimento da classe média
chinesa na última década. “Houve uma ascensão social muito grande, com 400
milhões de pessoas na classe média, o que alterou totalmente a forma de
consumo demandando mais produtos, em especial mudando seus hábitos alimentares
nas carnes. O que fez com que a China consumir mais soja e milho, o que criou
essa reviravolta principalmente no mercado de milho impactando na produção de
aves e suínos do Brasil”, reforçou.
Na visão do produtor, Zanetti, afirmou que mesmo com as altas, o
agricultor familiar pouco pode explorar estes valores devido às estiagens que
afetaram principalmente o milho e também impactaram na renda do produtor de
leite. “Embora na safra 2020/2021 plantamos a custo baixo, tivemos prejuízos
com a seca e alguns agricultores nem tiveram safra. Mais de 60% da safra de soja
foi negociada a menos de R$ 100,00 e agora os preços estão disparados e
supervalorizados. Estamos preocupados, em especial na agricultura familiar, com
os produtores de leite, pois o produtor não conseguiu fazer a silagem de
qualidade e temos que fazer a suplementação de que o custo de produção subiu
muito. Ele acaba tendo menos lucratividade do que na safra 2019/2020 com
preços mais baixos”, salientou. As informações são da assessoria de
imprensa.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2021 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40