Porto Alegre, 17 de novembro de 2021 – A projeção de custos de produção
das lavouras de milho e soja de verão apontam níveis de elevação
preocupantes. É o que mostra novo levantamento realizado pela Federação das
Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS).
Segundo a entidade, isto é reflexo dos aumentos dos preços de insumos como
fertilizantes e defensivos, além das máquinas, implementos e combustíveis.
Alguns produtos tiveram elevação superior a 150% nos últimos 12 meses,
ocorrendo também falta de oferta de alguns insumos, bem como a restrição da
oferta de diesel. Os novos patamares de custos, tanto no milho como na soja,
indicam uma tendência forte de queda de rentabilidade nas duas culturas,
reduzindo em 40,28% no milho e em 36,21% na soja no final do ciclo.
A projeção da entidade, com base nos preços de 1 de novembro de 2021,
no caso da soja, indica uma perda por parte do produtor na relação de troca de
48,8% em número de sacas necessárias para pagar o custo total de produção,
que era de 26,11 sacas, e agora indica uma necessidade de colher 38,85 sacas.
Já em relação ao desembolso, o produtor precisará colher 26,63 sacas contra
16,90 na safra passada, uma elevação de 57,54%. Isso reduz significativamente
a rentabilidade futura apesar dos preços no mercado permanecerem aquecidos.
No caso do milho, a relação de troca sofreu impacto maior pelo fato de
usar mais insumos do que a soja. Com isso, o produtor vai precisar colher 108,58
sacas por hectare para cobrir o custo total de produção ante as 69,16 sacas
da safra anterior, um aumento de 57% de produção diante do atual patamar de
custo. Em relação ao desembolso, o produtor sofreu impacto maior e vai
precisar produzir 82,43 sacas por hectares frente as 49,04 sacas na safra
passada, uma elevação de 68,07%.
Outras atenções, conforme a entidade, ficam por conta da possível
restrição de oferta de alguns insumos para a próxima safra, a questão
climática e a manutenção dos atuais preços para que os produtores não
venham a perder ainda a rentabilidade. Segundo a FecoAgro/RS, qualquer queda de
produtividade poderá gerar prejuízos aos produtores.
Portanto, de acordo com a entidade, o quadro indica que o produtor terá
que fazer um bom manejo da lavoura e contar com boas condições de clima para
obter uma boa safra. Enquanto o custo da soja subiu 52,1% e do milho 65,64%, a
variação de preço no mesmo período de 12 meses foi de 2,69% na soja e de
5,48% no milho. A expectativa é de um aumento de área de soja superior a 3,5%,
ultrapassando os 6,3 milhões de hectares, e no milho a expectativa é de uma
área acima de 820 mil hectares, 5% a mais em relação à safra passada.
Segundo o presidente da FecoAgro/RS, Paulo Pires, o produtor respondeu em
aumento de área plantada, mas não contava enfrentar tamanha elevação de
custos. “Diante dos altos riscos que o produtor enfrenta na produção, ele
precisa se proteger com seguro agrícola para se prevenir de eventuais danos
causados por fatores como clima e mercado, evitando assim possíveis prejuízos
maiores”, observa. As informações partem da assessoria de imprensa da
FecoAgro/RS.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 08/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,28Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.630,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 69,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/08/2025 09:10