Porto Alegre, 25 de outubro de 2016 – Um diagnóstico sobre os efeitos
provocados pelo fenômeno “El Niño” na produção de milho, soja e trigo,
nas safras de 2015 e 2016, será o tema central da palestra que o pesquisador,
Mauro Osaki, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da
Universidade de São Paulo, fará nesta quarta-feira (26) durante o 2o
Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro, na sede da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O problema principal a ser enfrentado pelo produtor, em razão das
intempéries climáticas, será o aumento do endividamento e, em razão disso,
“talvez seja necessário pensar em alternativas como a abertura de crédito
especial ao agricultor para dar mais segurança ao agricultor no plantio da
próxima safra”, assinalou o pesquisador.
Na verdade, conforme explicou Mauro Osaki, o fenômeno “EL Niño” gerou
duas situações extremas, ambas provocando danos à produção brasileira de
grãos: o excesso de chuvas no Sul do país e a estiagem que se abateu sobre
áreas de cultivo no Mato Grosso e na região do Matopiba, formada pelos estados
do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia.
Dois extremos
Em razão desse cenário atípico, a produção de soja enfrentou
situações diferenciadas. No Rio Grande do Sul e no Paraná, por exemplo, o
excesso de chuvas afetou a produtividade devido ao aparecimento de pragas como a
“ferrugem asiática”, assinalou Osaki. Situação inversa ocorreu no Mato
Grosso, especialmente na região de Sorriso, e no Matopiba, onde a estiagem
atrasou o plantio e prejudicou especialmente a produção de milho, segunda
safra.
Em relação à região do Matopiba, por exemplo, houve situações
extremas em áreas dos estados de Tocantins e Bahia. A média histórica,
colheita de 52 sacas de soja por hectare, caiu de forma assustadora: em alguns
casos para apenas 16 sacas por hectare. Assim, segundo o especialista, no
Matopiba as perdas foram intensas, em torno de 70%. Prejuízo incalculável para
o produtor, segundo o pesquisador. As perdas provocadas pelas intempéries
climáticas foram ainda maiores no caso do milho, segunda safra. “Nunca houve
tanto prejuízo, em todas as regiões produtoras”, alertou Osaki.
Com relação ao trigo, segundo o especialista, dois problemas principais
foram detectados na análise sobre o desempenho da safra de 2015: o excesso de
chuvas nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul prejudicou a qualidade do
grão; e a decisão do governo federal, de autorizar a importação do grão
para conter a inflação. Tal estratégia provocou queda acentuada no preço
interno do grão, afetando a rentabilidade do triticultor. Com informações da
assessoria de comunicação da CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 09/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 71,75Preço base - Integração
Atualizado em: 08/05/2025 09:40