Porto Alegre, 8 de março de 2022 – Discussões e apresentações de
especialistas da cadeia produtiva para ter uma visão de futuro e os desafios da
cadeia produtiva. Foi assim que o presidente da Cotrijal, Nei Mânica,
apresentou o Fórum da Soja, que chegou à sua 32 edição e foi realizado de
forma híbrida durante a programação da Expodireto Cotrijal na manhã desta
terça-feira, 8 de março. Complementando, o presidente da CCGL, Caio Vianna,
lembrou também que no fórum foram travadas lutas do setor agropecuário e
demandas saíram do evento direto para as autoridades.
O presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do
Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Paulo Pires, em sua manifestação, frisou que
o Fórum da Soja sempre foi um espaço para discutir questões da
comercialização e precificação. “Desde então, a cada ano, tentamos fazer
os temas mais pontuais possíveis no evento. E este ano optamos a dar mais
significado às questões estruturantes. Uma questão já mexe com muita coisa,
e tivemos nos últimos tempos uma estiagem, uma pandemia e uma guerra”,
observou.
Presencialmente no Fórum, o professor sênior de agronegócio global do
Insper e coordenador do centro Insper Agro Global, Marcos Jank, abordou o tema
“A inserção global do agronegócio brasileiro em tempos turbulentos (Guerra
Ucrânia x Rússia)”. Disse que desde o início da pandemia houve muitas
incertezas que paralisaram parte da economia, mas o agronegócio continuou
produzindo. “A pandemia surpreendeu com uma demanda muito firme pelos nossos
produtos. Em um primeiro momento achamos que a demanda cairia, haveria um
excesso de oferta e queda nos preços. Porém, não foi o que aconteceu.
Observamos que principalmente as nossas exportações atingiram níveis nunca
antes vistos”, pontuou, colocando que em 2021 foram exportados US$ 120,8
bilhões, 20% a mais do que em 2020.
Segundo Jank, esse crescimento nos embarques brasileiros do agronegócio
ocorreu especialmente devido à demanda aquecida na Ásia, com destaque para a
China na compra de soja e milho. “Com isso, vimos vários preços subirem.
Porém, houve um aumento também nos custos de produtos que adquirimos como
glifosato, adubos, máquinas e equipamentos. Também tivemos problemas com
suprimento de peças. E, agora, para fechar este ciclo temos esta guerra entre
Rússia e Ucrânia”, ressaltou.
De acordo com o especialista, os produtos mais afetados com este conflito
são o trigo e os fertilizantes. Em relação ao cereal, os dois países
representam juntos 30% da exportação mundial do produto. Lembrou que o Brasil
está cada vez mais dependente do mercado em relação aos fertilizantes, “já
que não aumentou a sua produção doméstica e teve queda em termos
relativos”. Conforme Jank, Rússia e Bielorrússia são os nossos maiores
fornecedores. “Tivemos um salto na importação de fertilizantes, portanto
temos que trabalhar com outros fornecedores porque não tem agricultura sem
adubo”, observou.
Para finalizar sua palestra enfatizou o que o produtor precisa pensar no
seu dia a dia levando em conta questões como clima, comercialização, riscos
institucionais e financeiros. Também citou os principais desafios
internacionais para o desafio do Brasil no mercado mundial: competitividade,
sustentabilidade, acesso a mercados, valor adicionado, melhoria de imagem e
internacionalização. “Em relação ao acesso aos mercados, é preciso brigar
para entrar na China, no Sudeste da Ásia, na África, na India, e brigar pelo
fertilizante, pelo glifosato, ou seja, ter acesso aos suprimentos”, concluiu.
As informações são da assessoria de imprensa da FecoAgro.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 29/04/2025 09:50