Porto Alegre, 8 de dezembro de 2016 – A agricultura gaúcha deverá
registrar novos recordes de produção e de plantio na safra 2016/2017. A
expectativa é de uma colheita de 33,4 milhões de toneladas e área semeada de
8,67 milhões de hectares. “Se o clima continuar ajudando, teremos a maior
safra de todos os tempos no Estado, com aumento de 6,2% em relação à safra
anterior”, afirmou o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, em coletiva
de imprensa realizada nesta quarta-feira (7/12) em Porto Alegre. O desempenho
positivo acompanha a projeção do setor para o Brasil, com crescimento do PIB
em 5,5% no próximo ano.
O crescimento do RS será impulsionado especialmente no aumento das áreas
da soja e do arroz. Outro destaque será o aumento do plantio do milho, motivado
pela melhora expressiva dos preços registrada em 2016. “O setor está
fazendo a sua parte na contribuição com o resultado do PIB do Estado”, disse
Pereira.
O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, comentou a resiliência do
setor à crise por conta das possibilidades de mercados alternativos quando o
consumo interno cai. “Somos competitivos em qualquer certame. O mundo está
crescendo, e o consumo de alimentos também. Estamos inseridos no mercado
internacional”, comentou.
Essa condição, aliada à eficiência do setor produtivo, que nos últimos
anos se preparou e hoje trabalha com níveis importantes de produtividade, faz
com que o agronegócio seja o único no RS que ainda está gerando empregos.
As condições climáticas e a redução de área plantada foram os
principais motivos que levaram o PIB da agropecuária gaúcho a cair 3,1% em
2016. O Estado registrou queda na área plantada de 0,1% e perdas mais
significativas nas culturas do arroz e da soja nas regiões Sul e da Campanha
por conta das chuvas em excesso, contribuindo para a queda da produção em
1,1%.
Político Estratégico
Um dos pontos de atenção do setor em 2016 foi em relação à queda da
oferta do crédito rural. Os valores dos financiamentos reduziram 6,41%. O
número de produtores que tomou crédito também caiu 6%. “Essa diminuição
provoca o aumento das exigências para o contrato de financiamento para
compensar a redução das fontes de crédito, que são parte dos depósitos à
vista e em poupança, reflexo da crise econômica. Tememos que esse quadro possa
agravar esse cenário”, afirmou Antônio da Luz.
Para tentar reverter essa redução, uma das prioridades da Farsul em 2017
será dialogar com a Secretaria de Política Agrícola do Ministério da
Agricultura para buscar outras fontes de financiamento ou aumentar o percentual
dedicado ao final das fontes atuais, que hoje é de 35%.
Outro ponto que será priorizado em 2017 é o seguro rural. “Precisamos
de uma política agrícola centrada em um seguro mais abrangente, que considere
quantidade e qualidade. Também necessitamos de um programa Plurianual de
crédito para garantir a continuidade da produção especialmente em anos
seguintes ao de safras com perdas”, ressaltou.
A abertura de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR) expostos no site do
Serviço Florestal Brasileiro, órgão vinculado ao Ministério do Meio
Ambiente, foi motivo de duras críticas por parte da Farsul. “Enviamos, em
nome da Farsul, uma carta protocolada ao ministro chefe da Casa Civil, Eliseu
Padilha, pedindo a exoneração do Ministro da pasta, Sarney Filho, por
irresponsabilidade”, informou Pereira.
O vice-presidente comentou sobre o posicionamento da Farsul em relação ao
momento vivido pelo País e à necessidade de reformas no Brasil e no RS.
“Defendemos a redução do tamanho do Estado, que deve voltar a ser o meio de
ajudar a população, e não um gigante estatal suportado pelo setor privado.
Somos a favor da aprovação das medidas propostas pelo governo estadual para
que possamos retomar a rota do crescimento”, afirmou Pereira. Luz reforçou
que a crise econômica não foi originada pela crise política, mas por conta do
modelo de crescimento econômico escolhido para o País.
Senar e Casa Rural
O superintendente do Senar, Gilmar Tietböhl, informou na coletiva de
imprensa o aumento de 11,6% nos cursos de formação profissional rural e
promoção social realizados pela entidade em 2016, totalizando 9.677 em todo o
Estado. Entre palestras, oficinas, seminários, cursos e programas, o Senar
atendeu 162.214 pessoas. O curso que obteve maior procura foi o de Inclusão
Digital, seguido do sobre Aplicação Correta e Segura de Agroquímicos e
Saneamento Rural Básico.
O superintendente da Casa Rural, José Alcindo de Souza Ávila, destacou a
realização de eventos como Fóruns de Soja, com debates como aliar a cultura
com a produção pecuária, e encontros como o “De Onde Virão os
Terneiros?” e “Para Onde Irão os Novilhos?”. “O objetivo maior foi
levar aos produtores o debate de como aumentar a eficiência do setor
produtivo”, afirmou. As informações partem da assessoria de imprensa da
Farsul.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2016 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 16/05/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,42Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.835,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.250,00Milho Saca
R$ 71,00Preço base - Integração
Atualizado em: 15/05/2025 09:30