Porto Alegre, 14 de abril de 2015 – Com produção de grãos crescente e
estrutura de exportação reforçada, o Paraguai estabelece uma rota fluvial de
escoamento de soja cada vez mais movimentada. O embarque em terminais instalados
nos rios Paraná e Paraguai ampliam sua área de influência gradualmente,
apurou a Expedição Safra – sondagem técnico-jornalística que percorre da
América do Sul à América do Norte averiguando a produção de grãos do
início ao fim do ciclo – em visita de 3,5 mil quilômetros.
Com 9,1 milhões de toneladas de soja e potencial para 3,3 milhões (t) de
milho, a produção total de grãos Paraguai chega a 15 milhões (t), patamar
semelhante ao atingido no passado. Esse desempenho – um terço acima do
verificado cinco anos atrás – estimula investimentos ligados à logística de
escoamento.
“Da produção à logística, um novo Paraguai surge do agronegócio.
Isso porque sua evolução na capacidade produtiva de grãos fez com que
houvesse novos investimentos em logística, aumentando a participação e a
importância do segmento na economia do país”, analisa Giovani Ferreira,
coordenador da Expedição Safra.
Logística
Sem acesso direto ao mar, a produção paraguaia chega ao Atlântico por
meio de barcaças que descem os rios Paraná e Paraguai até os portos da
Argentina. O transporte rodoviário, que na década de 1990 escoava mais da
metade dos grãos exportados, agora tem apenas 10% da soja.
Com as restrições aos grãos transgênicos no Porto de Paranaguá no
início da década passada, o Paraguai se obrigou a estruturar a rota de
escoamento fluvial. Hoje conta com 3 mil barcaças e 150 rebocadores,
distribuídos em mais de 30 pontos de embarque.
O modelo, ainda em estruturação, apresenta custos menores que o modelo de
transporte amplamente usado no Brasil, mais dependente das rodovias. De acordo
com o governo paraguaio, o país tem condições de dobrar a exportação de
grãos com uso de barcaças, ultrapassando 10 milhões de toneladas e dando
destino inclusive a uma parcela da produção do Brasil.
“Existe possibilidade concreta de o Brasil exportar pelo Paraguai parte
da produção de soja de Mato Grosso do Sul e do Paraná. Não está descartado
o embarque de grãos também de Mato Grosso. Isso depende de ajustes
logísticos. No Paraguai, ainda não permite o uso de caminhão bitrem, por
exemplo”, avalia Ferreira.
Continuação do roteiro
Na próxima semana, a Expedição Safra pega estrada para conferir o
desempenho da produção de grãos na Argentina e no Uruguai. A viagem completa
a bateria de roteiros que permitirá uma avaliação completa sobre a produção
de soja e milho da América do Sul. Em 2014/15, os participantes do projeto
estão percorrendo 60 mil quilômetros de estradas no Brasil e no exterior.
Apoio
Apoiam esta edição o Governo do Paraná, New Holland, Caixa Econômica
Federal, Seara (com sede em Sertanópolis, PR), Agrotec (com sede em Ciudad del
Este, Paraguai), consultoria FCStone, além da Federação da Agricultura do
Paraná (Faep), da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), da Toyota
do Brasil e do Crea-PR.
Sobre a Expedição Safra
A Expedição Safra é um projeto do Agronegócio Gazeta do Povo
desenvolvido desde o ciclo 2006/07. O projeto consiste em um levantamento
técnico-jornalístico da produção de grãos. Da América do Sul à América
do Norte, a sondagem periódica percorre em 15 estados brasileiros, mais as
regiões produtoras dos Estados Unidos, Paraguai, Argentina e Uruguai. Para
ampliar a discussão sobre mercado, desde a temporada 2010/11 a Expedição
estabeleceu os chamados roteiros extraordinários, com incursões à Europa
(Alemanha, Holanda, Bélgica e França), China e India. Com informações da
assessoria de imprensa da Expedição Safra.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 20/06/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,43Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.750,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.300,00Milho Saca
R$ 66,25Preço base - Integração
Atualizado em: 17/06/2025 09:45