Porto Alegre, 24 de janeiro de 2022 – As chuvas irregulares e mal
distribuídas em dezembro e janeiro em Santa Catarina podem acarretar perdas de
em média 43% na safra catarinense do milho e de cerca de 30% na de soja,
segundo estimativas da Epagri/Cepa.
A estiagem iniciou após dia 20 de novembro, quando mais de 50% das
lavouras de milho estavam em fase de floração, período sensível à falta de
umidade no solo. A continuidade da estiagem e das altas temperaturas pode
aumentar ainda mais as perdas.
Milho
A previsão inicial para Santa Catarina era de uma produção de 2,79
milhões de toneladas do grão na primeira safra. A área cultivada no estado se
estabiliza em cerca de 330 mil hectares, de acordo com o Infoagro. A estimativa
da Conab para a safra brasileira do milho caiu mais de duas mil toneladas: a
previsão inicial era 117,18 milhões de toneladas e agora a estimativa está em
112,9. O preço da saca do milho em Santa Catarina no início de 2022 está em
cerca de R$95,00.
Segundo o engenheiro-agrônomo da Epagri/Cepa, Haroldo Tavares Elias, o
impacto no rendimento das lavouras é diferente em cada região, de acordo com
déficit hídrico. “A redução da produtividade é muito variável, sendo
estimada entre 20 a 80% entre e dentro das microrregiões geográficas. Em
várias regiões o efeito da estiagem acarreta perdas na produção acima de
40%”, explica. As regiões do Oeste, extremo Oeste e Planalto Norte são as que
mais sofrem com a falta de chuva.
O início da colheita registra produtividades de 120 a 130 SC/ha, oriundas
de áreas com período de semeadura que ocorreram mais cedo (final de agosto),
na região do Vale do Rio Uruguai. “No entanto, a maior parte das áreas foram
semeadas de setembro em diante e foram mais impactadas pela estiagem no período
de floração das lavouras”, afirma Haroldo.
O baixo índice de chuva está relacionado ao “La Niña”, fenômeno
climático que provoca a diminuição da temperatura das águas do oceano
pacífico tropical central e oriental e impacta o regime de chuvas. A
influência em Santa Catarina e Sul do Brasil são chuvas abaixo do esperado
para este período e temperaturas elevadas. Em janeiro de 2022, o déficit
hídrico se prolonga, caracterizando a anomalia climática.
Soja
A Epagri/Cepa estima perdas de cerca de 30% na produção de soja em Santa
Catarina, queda também devido à baixa precipitação pluviométrica registrada
desde novembro de 2021 no Estado e na região Sul do Brasil. A estimativa
inicial estava projetada em 2,63 milhões de toneladas em 698 mil hectares
(primeira safra). A estimativa brasileira de produção da safra 2021/22 teve
um ajuste, passando de 142,79 milhões de toneladas para 140,5 milhões de
toneladas, também ocasionada por problemas climáticos adversos a cultura,
principalmente no sul do Brasil.
As regiões catarinenses onde se concentram a maior área de cultivo são
Canoinhas, Xanxerê e Curitibanos/Campos Novos, que somam mais de 55% do total
cultivado no estado. Os prejuízos são diferenciados entre as regiões em
função do calendário de plantio. A soja de ciclo precoce foi a mais afetada,
em função do período crítico da estiagem ocorrer na fase de floração
(período mais sensível à falta de umidade no solo). Esses cultivares têm
menor tempo de recuperação. As altas temperaturas potencializaram os danos,
provocando queima das folhas e encurtamento do ciclo da planta.
No início de 2022, os preços estão sendo orientados por fatores que
apontam para a elevação das cotações. A forte estiagem no Sul e excessos de
chuvas no Oeste da Bahia e Tocantins devem impactar na produção nacional. Com
informações da assessoria de imprensa da Epagri/Cepa.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,81Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.675,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 69,88Preço base - Integração
Atualizado em: 19/08/2025 08:45