Porto Alegre, 16 de dezembro – A Austrália lançará um apelo formal à
Organização Mundial do Comércio (OMC) ainda nesta quarta-feira, buscando uma
revisão da decisão da China de impor tarifas pesadas sobre as importações de
cevada australiana, disse o ministro do Comércio, Simon Birmingham.
Segundo a Agência Reuters, reconhecendo que o recurso pode levar anos para
ser resolvido, Birmingham disse a repórteres que a Austrália teve pouca
escolha depois que Pequim, em maio, impôs cinco anos de direitos anti-dumping e
anti-subsídios que totalizaram 80,5% sobre a cevada de Canberra – efetivamente
parando um comércio bilionário em seus trilhos.
“A Austrália tem um caso incrivelmente forte a ser montado em relação
à defesa da integridade e da propriedade de nossos produtores de grãos e
produtores de cevada”, disse Birmingham.
A embaixada do governo chinês na Austrália não respondeu imediatamente
ao e-mail solicitando comentários.
O apelo ao órgão comercial independente ameaça aumentar ainda mais as
tensões bilaterais que já viram a China impor tarifas sobre uma série de
commodities australianas, enquanto a comunicação diplomática é limitada.
Já rochosa depois que a Austrália em 2018 baniu a Huawei de sua nascente
rede de banda larga 5G, a relação com a China esfriou ainda mais depois que
Canberra pediu este ano uma investigação independente sobre as origens da
pandemia coronavírus, relatada pela primeira vez na China central no ano
passado.
Desde então, a China limitou as importações de carne bovina, impôs
tarifas ao vinho australiano e disse aos seus moleiros para pararem de comprar
algodão australiano.
Embora alguns tenham dito que a Austrália deveria buscar uma trégua com a
China, o governo conservador de Canberra está sob crescente pressão dos
agricultores que enfrentam cinco anos sem poder vender para o que tem sido seu
mercado mais lucrativo.
“É imperativo que apoiemos a liberalização do comércio global e as
regras que o governam”, disse Fiona Simson, chefe executiva da Federação
Nacional dos Agricultores, em um comunicado enviado por e-mail emitido após o
ministro Birmingham anunciar a mudança da OMC.
Cerca de 70% das exportações australianas do grão normalmente vão para
a China, mostram dados australianos. O bloqueio efetivo nas vendas para a China
também vem quando a produção australiana de cevada deve atingir cerca de 12
milhões de toneladas neste ano, depois que a chuva reviveu algumas das maiores
regiões em crescimento após anos de seca.
Fontes do governo, no entanto, alertaram que a ação da OMC não trará
resultados rápidos.
A primeira etapa do recurso buscará conversações formais entre a
Austrália e a China, que não são esperadas até o início do próximo ano.
A Austrália tem baixas expectativas de uma cessação imediata das tarifas.
“Nós apelamos há alguns meses e eles rejeitaram isso. Portanto, parece
improvável que a China admita que estava errada”, disse uma pessoa
familiarizada com os detalhes do caso que se recusou a ser nomeada porque não
estava autorizada a falar com a mídia.
Caso as conversações entre a Austrália e a China não produzam um
resultado, um painel independente de especialistas será criado para analisar a
questão. A Austrália espera que isso possa levar vários anos, e mesmo que
esse painel rege a favor de Canberra, a China tem o direito de apelar.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 14/08/2025 10:30