Porto Alegre, 12 de julho de 2018 – A Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO) prevê uma queda na produção de
soja, arroz, grãos e açúcar na América Latina e um aumento na produção de
leite e carne bovina.
De acordo com o relatório Perspectivas Alimentares publicado pela FAO, o
Brasil substituirá os Estados Unidos como o terceiro maior fornecedor mundial
de óleo de soja e continuará sendo o principal fornecedor mundial de carne de
aves e farinha.
Trigo
Na América do Sul, a expansão das plantações na Argentina aumentou sua
previsão de produção para 20 milhões de toneladas, 8% a mais do que no ano
anterior.
A previsão é de que as importações de trigo na América Latina e no
Caribe em 2018/19 se aproximem de 25 milhões de toneladas, um aumento de cerca
de 1 milhão de toneladas, principalmente devido ao aumento das importações do
Brasil e México, os maiores importadores de trigo da região.
Grãos
Na América do Sul, prevê-se um declínio significativo na produção de
grãos na Argentina e no Brasil, e é prevista a diminuição das safras de
milho em cerca de 15% em relação ao recorde de 2017.
São esperadas exportações menores de milho por parte do Brasil:
diminuiriam em 1,5 milhão de toneladas, para 30 milhões de toneladas em
2018/19. As exportações totais de grãos da Argentina devem permanecer
estáveis em pouco menos de 29 milhões de toneladas.
Arroz
Para a América Latina e o Caribe, as perspectivas são negativas e apontam
para uma redução anual de 1,5% na produção total, que cairá para 18,6
milhões de toneladas. Argentina, Brasil, Equador, Colômbia, Uruguai e
Venezuela colherão menos arroz do que em 2017, quedas que não serão
compensadas pelos aumentos previstos na Bolívia, Chile, Cuba, República
Dominicana, Guiana, Paraguai e Peru.
O total de compras da América Latina e do Caribe poderia diminuir em 5%,
para 4,2 milhões de toneladas, como resultado de cortes no Brasil, Haiti,
México e Peru, devido à disponibilidade local suficiente e preços
internacionais mais altos. O Brasil terá uma forte recuperação anual (55%) em
suas exportações de arroz de 2018, previstas em 0,9 milhão de toneladas.
Plantio de oleaginosas, óleos e gorduras
Estima-se que a produção total de soja registrará uma contração de 9%
na América do Sul, uma vez que as severas perdas ocasionadas pelo clima na
Argentina, Paraguai e Uruguai excederão a maior produção do Brasil.
Na Argentina, o terceiro maior produtor de soja do mundo, o rendimento
médio caiu para o menor nível nos últimos seis anos e a produção total para
o nível mais baixo dos últimos nove anos. No Brasil, por outro lado, os
aumentos na área plantada e as condições quase ideais de crescimento elevaram
a produção a níveis sem precedentes.
Com relação ao óleo de soja, grande parte da queda acentuada esperada
nos envios da Argentina e do Uruguai será compensada pelo Brasil, o fornecedor
mais competitivo nesta temporada. De fato, em 2017/18, o Brasil poderia
substituir os Estados Unidos como o terceiro maior fornecedor do mundo.
Nas transações mundiais de farinha, a Argentina poderia registrar o menor
nível dos últimos 9 anos em suas exportações. O principal beneficiário
seria o Brasil, cujas exportações devem se expandir em 17%, consolidando a
posição do país como principal fornecedor mundial, à frente dos Estados
Unidos.
Açúcar
Na América do Sul, as últimas estimativas apontam para uma queda na
produção em 2017/18, em condições climáticas geralmente desfavoráveis
(Argentina) e uma proporção maior da safra de cana usada para a produção de
etanol (Brasil).
É prevista a diminuição da produção de açúcar no Brasil: a
produção é agora estimada em 36 milhões de toneladas, 4 milhões de
toneladas a menos que o volume alcançado em 2016/17. Espera-se que cerca de 58%
da safra de cana-de-açúcar seja usada para a produção de etanol.
No restante da América do Sul, a produção de açúcar deverá aumentar
na Colômbia, o segundo maior produtor na região, e no Peru. Já na Argentina,
queda devido às condições extremas de seca.
O Brasil fornecerá 42% das exportações mundiais em 2017/18. Da mesma
forma, as exportações da Guatemala, o segundo maior exportador da América
Latina e do Caribe, devem se expandir. O açúcar tornou-se uma fonte importante
de ganhos em divisas para o país, que tem se concentrado cada vez mais em
ganhar participação de mercado no segmento de açúcar refinado.
Carne e seus produtos
De acordo com as previsões, a produção mundial de carne bovina
aumentará 1,8% para 72,1 milhões de toneladas em 2018, terceiro ano de
crescimento sólido. São esperados grandes aumentos particularmente no Brasil e
na Argentina
Entre os exportadores, espera-se que o Brasil venda 7% a mais de carne aos
mercados internacionais do que em 2017, consolidando assim sua posição de
maior exportador mundial de carne bovina. O Brasil pode ter uma contração de
34% na produção de carne suína em 2018, contudo, deve continuar sendo o maior
exportador de carne de frango do mundo.
Leite
Na América do Sul, a produção de leite na região deverá aumentar em
2,1%, para 64,8 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelos lucros
na Argentina, no Brasil e na Colômbia. As informações partem da FAO.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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