Suinocultura

Indústria de carne suína e de frango prevê reduzir consumo de milho em 3%

21 de setembro de 2016
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O consumo de milho pelo setor de carnes de aves e suínos do Brasil deverá ficar 1 milhão de toneladas abaixo do previsto inicialmente para 2016, de 32,4 milhões de toneladas do grão, estimou na terça-feira a associação que reúne as grandes indústrias do país.

O ajuste de cerca de 3 por cento na demanda por milho –principal ingrediente da ração usada nas granjas– é reflexo de uma desaceleração na atividade produtiva neste segundo semestre, em meio a uma crise de custos provocada principalmente por escassez do cereal, disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Os preços do milho atingiram um recorde histórico em meados deste ano, após fortes exportações em meses anteriores e em meio a uma quebra de safra no Centro-Oeste.

Uma projeção publicada pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) em maio apontava para um consumo de 21,5 milhões de toneladas de milho para a produção de carne de frango e 10,9 milhões de toneladas para o setor de suínos em 2016. Segundo a ABPA, essa estimativa não deverá se concretizar.

“Após a desaceleração da produção de carne de frango e de carne suína, detectada com base em acompanhamento realizado junto às agroindústrias do setor… houve uma redução da pressão sobre o cenário de abastecimento de milho para as duas cadeias produtivas, a partir do início do segundo semestre”, disse a ABPA em nota.

Em julho a ABPA estimou que a produção de carne de frango no país este ano deverá cair para 13 milhões de toneladas, ante 13,14 milhões em 2015 e 13,5 milhões da previsão inicial para 2016, devido à crise de abastecimento de milho.

Vivendo situação de margens apertadas semelhantes às do setor de frango, o setor de suínos deverá produzir 3,64 milhões de toneladas desse tipo de carne em 2016, estável ante 2015. Anteriormente, a previsão era de alta para 3,76 milhões de toneladas produzidas.

“Esta perspectiva parte das estratégias adotadas por diversas empresas para diminuir o ritmo da produção – como a suspensão de turnos de trabalho, encerramento de atividades de plantas e outras decisões no âmbito produtivo”, destacou a associação.

A entidade –que reúne indústrias como JBS e BRF– repetiu, no entanto, que continua sendo necessária a aprovação das importações de milho norte-americano para o Brasil.

“Para os dois setores, entretanto, é indispensável que seja viabilizada a importação de milho dos Estados Unidos para o Brasil. Com isto, a escassez que enfrentamos no primeiro semestre não deverá se repetir”, disse o presidente da ABPA, Francisco Turra.

Apesar de uma recente isenção de tarifa de importação, as compras dos Estados Unidos ainda não ocorrem porque os agricultores norte-americanos cultivam variedades de milho transgênico que ainda não são aprovadas no território brasileiro. A expectativa da indústria brasileira é que essas variedades sejam totalmente liberadas para a produção de ração em uma reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) agendada para a primeira semana de outubro.

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