Goiânia, 20 de setembro de 2016 – “Os consumidores evoluíram muito nos
últimos anos graças, especialmente, acesso à internet, ao fluxo contínuo de
informações digitais e à maior conectividade entre as pessoas. As exigências
por qualidade são cada vez maiores e a cadeia da carne precisa estar preparada
para isso. Já temos no país sistemas inteligentes de monitoramento da
produção e identificação dos animais e a tendência é que isso chegue às
gôndolas”, afirmou a professora doutora Marcia Dutra de Barcellos, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), na 9 Interconf, abordando
as tendências para o consumo de carne bovina no Brasil e no mundo.
Márcia informa que os consumidores de mercados mais exigentes exigem
informações detalhadas sobre origem, ambiente, bem-estar animal e as pessoas
que trabalham no campo. Como exemplo, ela cita o mercado australiano. “A
Austrália tem um dos melhores sistemas de classificação de carcaças bovinas
do mundo, o Meat Standards Australia, que garante a qualidade de cada corte
vendido. No último ano, foram classificadas 3,5 milhões de cabeças de mais de
42 mil produtores, vendidas para 3.300 pontos de venda. Precisamos avançar
nesse sentido no Brasil”.
A especialista gaúcha ressaltou que há uma demanda evidente por mais
saúde e também por mais prazer, por gourmetização dos alimentos. Assim, ela
destacou que a carne bovina tem tudo para ocupar estes espaços, com produtos
diferentes em termos de produção. “Precisamos de mais pesquisas para saber
as preferências, hábitos e atributos mais valorizados pelos consumidores. O
mundo está mudando rápido e outras fontes de proteínas estão surgindo. O
peso do impacto ambiental e questões de bem-estar animal e social também devem
ser levadas em conta. Precisamos estar em sintonia com as tendências e
movimentos que sinalizam mudanças a frente. Ciência e conhecimento são as
chaves do sucesso”, diz Márcia.
O painel de tendências do consumo de carne bovina contou, também, com
apresentação de Raquele Rabelo, diretora da agência LewLara TWBA,
apresentando o case de criação e fortalecimento da marca Fribol, e Fábio
Gregol, CEO do restaurante Toro Parrilla, de Brasília, que falou sobre hábitos
de consumo para carnes especiais, com destaque aos tópicos necessários para
que a carne brasileira tenha alto padrão de qualidade.
“Fizemos pesquisa para entender que a carne é um produto que tanto a
mulher quanto o homem não abrem mão. Não se constrói uma marca do dia para a
noite. O trabalho com Tony Ramos, por exemplo, já entra ano quarto ano. Além
disso, criamos a plataforma digital Academia da Carne Friboi que nos ajudou a
mostrar um outro lado da marca”, contou Raquele Rabelo.
“Restaurante não vende carne; vende atenção. Invisto meu tempo em
entender os hábitos dos consumidores para oferecer o melhor serviço. E isso
inclui a qualidade da carne. Meus clientes valorizam muito aparência,
suculência e sabor da carne. É isso que preciso oferecer a eles”, fala
Gregol.
A 9 Conferência Internacional de Pecuaristas (Interconf) acontece em
Goiânia (GO), até quinta-feira, dia 22 de setembro. Mais informações e
inscrições: www.interconf.org.br. As informações partem da assessoria de
imprensa da Interconf.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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