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LOGISTICA: Presidente Lula defende investimento em ferrovias

3 de julho de 2023
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Porto Alegre, 3 de julho de 2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta
segunda-feira (3), que o Brasil precisa de mais investimentos no modal ferroviário e que a
indústria siderúrgica nacional pode ser mais competitiva. Para isso, segundo ele, o governo
precisa oferecer estabilidade política, econômica e social aos empresários.

“Esse país precisa definitivamente cumprir com esses compromissos: estabilidade, credibilidade
e previsibilidade. Nós temos que colocar no papel e cumprir aquilo que nós colocamos no papel para
que ninguém seja pego de surpresa”, disse Lula, durante cerimônia de início das obras no Lote 1F
da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), em Ilhéus, litoral da Bahia.

“Eu queria dizer aos empresários que estão nesta empreitada para construir a ferrovia que não
é interesse de um empresário ou de outro empresário, é interesse da soberania nacional fazer
essa ferrovia e outras ferrovias no país para que a gente possa ter esse país competitivo com
qualquer outro país do mundo”, acrescentou.

Ainda para o presidente, o desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida da
sociedade passam pela formação e qualificação profissional da população. Lula lembrou que,
apesar do projeto de malha ferroviária do Brasil ser antigo, o país deixou de formar engenheiros
ferroviários e de investir na indústria desse modal.

“Esse país não produz mais trilhos, aliás, esse país não produzia mais dormente. Eu lembro
que nós criamos a maior fábrica de dormente do mundo quando começamos a fazer a Transnordestina.
E ela hoje parou. A CSN [Companhia Siderúrgica Nacional] há 40 anos atrás produzia trilhos, hoje
não produz mais”, disse Lula.

“Então, é uma vergonha um país do tamanho do Brasil, que quer ter uma malha ferroviária para
facilitar o transporte da sua riqueza, ter que importar trilho de outro país, com a quantidade de
minério de ferro que nós temos e a quantidade de siderúrgicas que nós temos. Isso é um desafio
para nós, o Brasil está importando trilhos quando poderia produzir aqui, para gerar mais emprego
no país e oportunidade de crescimento da cidadania do nosso povo”, argumentou o presidente.

Integração ferroviária

A Fiol é composta por três trechos, sendo que o primeiro – Fiol 1 – liga as cidades baianas de
Ilhéus e Caetité, com 537 quilômetros de extensão, e passa por 19 municípios. A previsão de
início da operação desse trecho é a partir de 2027, mas Lula pediu que seja feita “horas extra”
para que a obra seja entregue antes do fim de seu mandato, em 2026.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o projeto da Fiol será incluído no novo
programa de infraestrutura do governo, que deve ser lançado ainda neste mês.

De acordo com o governo, a integração ferroviária consolidará um corredor de escoamento para
o mercado externo de minério de ferro da região sul do estado e de grãos da região oeste. Quando
estiver em plena operação, a estimativa que é o uso do modal promova redução de 86% na emissão
de gases do efeito estufa na atmosfera.

As obras do Lote 1F da Fiol estão sob responsabilidade da Bahia Mineração (Bamin), que
arrematou a concessão do trecho em leilão realizado em abril de 2021.

Com 127 quilômetros de extensão, o Lote 1F é um dos cinco lotes de construção da Fiol 1 e
passa por Ilhéus, Uruçuca, Ubaitaba, Gongogi, Itagibá, Aurelino Leal e Aiquara. Dos quatro lotes
restantes, dois já estão concluídos.

As obras do trecho receberão R$ 1,5 bilhão em investimentos da Bahia Ferrovias (Bafer),
subconcessão da Bamin, e serão executadas pelo Consórcio TCR-10, formado pela empresa brasileira
Tiisa e pela chinesa CREC-10.

No total, a Fiol terá 1.527 quilômetros de extensão. A ferrovia ligará o futuro porto de
Ilhéus ao município de Figueirópolis, no Tocantins, ponto em que se conectará com a Norte-Sul.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres trabalha para a concessão dos outros dois
trechos: a Fiol 2, entre Caetité e Barreiras, na Bahia, com obras em andamento, e a Fiol 3, de
Barreiras a Figueirópolis, que ainda aguarda licença de instalação.

As informações são da Agência Brasil.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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