Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2015 – O segmento de transportes de carga
é historicamente penalizado pela inadequada condição da infraestrutura
brasileira que, além de elevar o custo operacional do serviço, prejudica a
produtividade das empresas e diminui a competitividade da produção nacional.
Agora, mais um empecilho trava o desenvolvimento do setor: o reajuste no
combustível – principal insumo utilizado pelas transportadoras.
O presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina
(Ocesc), diretor de agropecuária da Cooperativa Central Aurora Alimentos e
empresário do ramo, Marcos Antonio Zordan, ressalta que o transportador vem
trabalhando no limite há muito tempo. “Já sofremos com a falta de incentivo
para financiamento e as más condições das rodovias. Agora se somam a essas
dificuldades o aumento do diesel. É preciso puxar muito frete para compensar e,
mesmo assim, muitos não conseguem dar a volta”, enfatiza.
Aliado a esses fatores, Zordan destaca ainda, a Lei do Motorista que impõe
limite de horas na jornada diária, o que implica na conservação e na
segurança da carga transportada. “Essa lei também dá carta branca aos
ladrões porque o caminhão não pode rodar mais que o tempo estabelecido e,
muitas vezes, precisa parar em locais perigosos.
O transporte é essencial em todos os segmentos, mas no agronegócio os
impactos de um dia parado vão além, complicando a vida do produtor e da
indústria. “Não temos como sobreviver. A falta deste serviço influencia
diretamente no desempenho de toda uma cadeia produtiva que precisa ser
transportada em cada etapa do processo. Os produtos não podem ficar
armazenados, pois não têm vida útil suficiente para isso”, argumenta o
presidente da Ocesc.
Zordan também realça a importância da especialização no transporte de
carga para acompanhar a evolução do mercado. “O setor precisa se
especializar cada vez mais, afinal cada tipo de produto, necessita de estrutura
diferenciada. Essa especialização custa caro e os gastos com manutenção vêm
aumentando pela necessidade de consertos frequentes em razão de rodovias
defasadas e danificadas. Quem paga tudo isso no final é o consumidor”.
Há algumas décadas, o transporte era feito de forma diferente, mas as
margens de lucratividade eram grandes. Agora, com caminhão moderno, o custo é
mais alto, os insumos são bem mais caros e as estradas são péssimas. “Quem
freta não quer saber disso, no entanto, possuir transporte próprio também é
inviável”.
Uma alternativa, segundo o presidente da Ocesc, é a parceria entre empresa
que contrata o serviço e a transportadora. “As empresas devem entender que
para ter qualidade é necessário repassar o valor do frete. Portanto, a
profissionalização do transportador com modernização da frota, motorista
capacitado adequadamente e planilha aberta com exposição dos custos são
alternativas importantes”.
Zordan observa ainda que o diesel é barato em qualquer lugar do mundo e
lembra que no Brasil o valor é cerca de 50% acima do cobrado no mercado
internacional. “Os órgãos públicos devem entender a importância de dar
condições a quem utiliza esse insumo para manter seu negócio. Se não houver
conscientização do Governo para redução de custos, facilitando a logística
e revitalizando as estradas, muitos não sobreviverão”. Com informações da
assessoria de imprensa da Ocesc.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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