Suinocultura

Mapa fará trabalho integrado com os estados para erradicar doenças como a peste suína clássica

18 de abril de 2019
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Em reunião na quarta-feira (17), a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e o governador do Piauí, Wellington Dias, decidiram realizar uma ação integrada entre o governo federal e os estados do Nordeste para instituir programas de erradicação da peste suína clássica e de outras doenças que ainda ameaçam a agricultura e a pecuária da região.

Dias pediu à ministra investimento conjunto do ministério com as vigilâncias sanitárias estaduais para combater as doenças, e Tereza Cristina disse ter ficado feliz com o interesse demonstrado pelo governador. Uma reunião técnica será realizada nos próximos dias para dar início ao trabalho.

“Precisamos resolver de uma vez por todas esse problema sanitário no Brasil”, disse a ministra. “Temos de fazer um grande programa e seguir um cronograma para erradicar certas doenças preocupantes para a produção brasileira e para as exportações do país”.

O ministério já tinha a intenção de lançar até junho um programa de erradicação da peste suína clássica. Hoje, parte do Nordeste e da Região Norte são considerados área não livre da doença. No Nordeste, só Bahia e Sergipe são considerados livres de PSC, uma doença que não é transmitida aos humanos, mas obriga a vigilância sanitária a eliminar os focos da doença abatendo os rebanhos de áreas próximas à ocorrência.

Foi publicada no mês passado no Diário Oficial da União a Portaria n° 40, que constituiu grupo de trabalho com o objetivo de elaborar a proposta do Plano Estratégico para a Erradicação da Peste Suína Clássica (PSC) nos estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.

Na semana passada, dois focos de peste suína clássica foram detectados em criações familiares no município de Lagoa do Piauí, a 42 quilômetros de Teresina. De acordo com o governador, cerca de 800 porcos tiveram que ser abatidos. De outubro a dezembro de 2018, foram encontrados 41 focos de PSC em 18 municípios do Ceará, levando ao abate de 2.600 suínos.

Para o governador do Piauí, o surgimento desses casos aumenta a necessidade de unir esforços para acabar com essa e outras doenças. “Aumentamos as barreiras de proteção, mas é entrar em campo para eliminar o problema. Precisamos de um investimento conjunto com o ministério e os demais estados da região”, disse Dias.

Atualmente, é proibido o trânsito de suínos do Nordeste (exceto de Bahia e Sergipe) para os estados livres da doença, o que inclui todos os do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Barreiras de fiscalização são montadas nas divisas dos estados para impedir o trânsito de animais da área não livre da doença. A Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério diz que será necessário realizar um programa de vários anos para erradicar a PSC do território nacional, assim como foi feito, com sucesso, em relação à febre aftosa que atinge bovinos.

A coordenação do grupo de trabalho do Mapa está a cargo do auditor fiscal federal agropecuário Abel Neto e conta com o assessoramento epidemiológico do professor Vitor Salvador Gonçalves, da Universidade de Brasília (UnB). Os demais componentes são da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), do Sindicato das Indústrias de Suínos do Rio Grande do Sul (Sipsrs), da Associação Brasileira de Veterinários Especialista em Suínos do Ceará (Abraves/CE) e do Departamento de Saúde Animal (DSA), do Mapa. O grupo poderá convidar para participar de suas reuniões representantes de outras áreas do ministério, integrantes do Comitê Científico Consultivo do Programa Nacional de Sanidade (Suídea) e de entidades públicas ou privadas.

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