MERCADO EUROPA: Ações fecham em queda diante de temores sobre inflação e teto da dívida dos EUA

Porto Alegre, 24 de maio de 2023 – Os principais índices do mercado de ações europeu
encerraram o pregão desta quarta-feira em campo negativo, em meio a preocupações globais causadas
pelo impasse nas negociações sobre o teto da dívida dos Estados Unidos. Além disso, novos dados
de inflação no Reino Unido, acima do esperado, também influenciaram negativamente o sentimento.

A falta de progresso nas discussões para elevar o limite da dívida da maior economia do mundo
tem levado à fuga de ativos de risco em todo o mundo. Durante uma reunião na terça-feira com
membros do partido republicano, o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy,
ressaltou a falta de avanço nas negociações com o presidente Joe Biden, afirmando que um acordo
ainda está distante de ser alcançado.

Caso o limite da dívida não seja aumentado, o governo dos Estados Unidos enfrentará
dificuldades para cumprir suas obrigações financeiras a partir de 1º de junho, conforme tem
alertado a secretária do Tesouro, Janet Yellen.

“Os republicanos disseram que a data de Yellen não é precisa, mas mesmo que o prazo seja uma
ou duas semanas depois, o Congresso parece estar brincando com fogo para marcar pontos políticos.
Os investidores estão preocupados e os mercados de ações estão em baixa, enquanto portos seguros
como o ouro e o dólar americano estão em alta. Já vimos esse filme antes, e o Congresso sempre
chegou a um acordo antes do prazo. Ainda assim, podemos esperar que o sentimento de risco diminua e
o dólar americano ganhe terreno quanto mais tempo ficarmos sem um acordo”, diz o analista de
mercado da Oanda, Kenny Fisher.

Os investidores estão enfrentando crescente preocupação não apenas em relação ao impasse
sobre o teto da dívida, mas também com a possibilidade de o Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) elevar as taxas de juros novamente em junho. Os traders aguardam a divulgação da
ata da reunião de maio do Fed, ainda nesta tarde, em busca de indícios sobre a continuidade do
ciclo de aperto monetário.

Ao mesmo tempo, os dados de inflação divulgados no Reino Unido nesta manhã também
contribuíram para o clima de preocupação nos mercados. Embora a taxa anual tenha caído de 10,1%
em março para 8,7% em abril, ela superou a estimativa dos analistas de 8,2%. Além disso, os
preços subiram 1,2% em relação ao mês anterior, ultrapassando a previsão de 0,8%.

“O Banco da Inglaterra (BoE) elevou as taxas em 1% este ano, elevando a taxa à vista para
5,25%, mas a inflação provou ser persistente. O FMI projetou que a inflação no Reino Unido
cairia para cerca de 5% até o final do ano e cairia para a meta de 2% até meados de 2025. Será um
caminho acidentado para restaurar a inflação baixa, e o BoE provavelmente terá que elevar as
taxas novamente em junho, a menos que o núcleo da inflação surpreenda drasticamente para baixo”,
aponta Fisher.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -1,75%, 7.627,10 pontos
DAX-30 (Frankfurt): -2,03%, 15.825,65 pontos
CAC-40 (Paris): -1,70%, 7.253,46 pontos
FTSE MIB (Milão): -2,39%, 26.525 pontos
IBEX-35 (Madri): -1,17%, 9.158,30 pontos
SMI-20 (Zurique): -0,79%, 11.394,10 pontos
PSI-20 (Lisboa): -0,91%, 5.961,39 pontos

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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