MERCADO EUROPA: Ações fecham em queda em meio a temores sobre aperto monetário

Porto Alegre, 30 de agosto de 2022 – Os principais índices de ações do mercado europeu
fecharam o pregão desta terça-feira em queda, diante de temores sobre a trajetória dos juros na
Europa e nos Estados Unidos. No começo do dia, as ações chegaram a subir com o avanço do setor
bancário, mas passaram a cair após a renovação do pânico global sobre a política monetária.

No fim da semana passada, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano), Jerome Powell, deixou claro que sua prioridade é derrotar a inflação e
reconheceu que as medidas podem “causar alguma dor” à economia norte-americana.

Os comentários de Powell foram percutidos por Isabel Schnabel, membro do conselho do Banco
Central Europeu (BCE), no fim de semana. Schnabel reafirmou a visão de que os bancos centrais devem
agir agressivamente para combater a inflação crescente, mesmo que isso signifique arrastar suas
economias para uma recessão.

“Com o Banco Central Europeu também indicando que estava considerando uma mudança de taxa de
0,75 ponto percentual na próxima semana, os mercados estão lentamente percebendo que seu cenário
ideal de cortes de taxas em 2023 era uma ilusão, na melhor das hipóteses, e que taxas mais altas
estão aqui para ficar”, diz o analista da CMC Markets, Michael Hewson.

Enquanto isso, os investidores europeus também acompanham a crise energética no continente. Na
quarta-feira, o fornecimento de gás natural para a Europa pela gigante de energia russa Gazprom
através do gasoduto Nord Stream 1 está programado para ser interrompido por três dias.

Na segunda-feira, antes da interrupção, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck,
disse que o país está enfrentando a “amarga realidade” de que a Rússia não restaurará o
fornecimento de gás para o país. Separadamente, vários jornais italianos informaram hoje que
Berlim estava disposta a considerar um teto de preço para o gás.

Na frente de dados econômicos, a inflação na Alemanha atingiu o maior patamar em 50 anos em
agosto. Os preços ao consumidor do país, harmonizados para torná-los comparáveis aos dados de
inflação de outros países da União Europeia, aumentaram 8,8% na base anual, após um aumento
inesperado de 8,5% em julho, informou o escritório federal de estatísticas nesta terça-feira.

Na zona do euro, o sentimento econômico caiu mais do que o esperado em agosto. Segundo dados da
Comissão Europeia divulgados hoje, o índice caiu para 97,6 pontos neste mês, ante os 98,9 de
julho – mais do que a queda para 98,0 prevista pelos economistas consultados pela Reuters.

Confira a variação e pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -0,88%, 7.361,63 pontos
DAX-30 (Frankfurt): +0,53%, 12.961,14 pontos
CAC-40 (Paris): -0,28%, 6.204,72 pontos
FTSE MIB (Milão): -0,04%, 21.834,0 pontos
IBEX-35 (Madri): -0,13%, 7.979,80 pontos
SMI-20 (Zurique): 0,00%, 10.897,27 pontos
PSI-20 (Lisboa): -1,50%, 6.020,56 pontos

Com informações da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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