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MERCADO EUROPA: Ações fecham mistas com perspectiva de novos aumentos das taxas de juros

29 de junho de 2023
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Porto Alegre, 29 de junho de 2023 – Os principais índices do mercado de ações europeu
fecharam o pregão desta quinta-feira em campo misto, com os investidores ainda avaliando as
declarações de uma série de banqueiros centrais durante o Fórum do Banco Central Europeu (BCE),
enquanto monitoram a nova rodada de resultados corporativos.

A varejista H&M fechou a sessão de hoje em alta de cerca de 18%, depois que o lucro do segundo
trimestre da gigante da moda superou as expectativas. Além disso, a empresa sueca informou que as
vendas do terceiro trimestre também começaram fortes.

As ações da fabricante norte-americana de chips Micron Technology subiram 3% após a companhia
relatar ma receita maior do que o esperado para o último trimestre, citando a maior demanda do
setor de inteligência artificial (AI). Outros nomes populares da tecnologia também avançaram,
como a Nvidia e a Advanced Micro Devices.

O setor bancário dos Estados Unidos também foi destaque nesta quinta-feira. Grandes bancos,
incluindo JPMorgan Chase, Bank of America (BoFA), Goldman Sachs e Wells Fargo saltaram depois que os
credores passaram no teste de estresse anual do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano). Outros ganhos no setor financeiro incluíram Visa, M&T Bank, Comerica e Charles
Schwab.

“Os bancos dos EUA também estão em foco após a publicação dos últimos resultados do teste
de estresse em 23 dos maiores bancos, todos eles passaram confortavelmente, embora nenhum dos testes
incluísse um cenário de taxas de juros em rápido aumento que representaram o fim do Silicon
Valley Bank, First Republic e Signature Bank. Os maiores bancos dos EUA tiveram um bom desempenho,
conforme o esperado, enquanto na parte inferior da cadeia alimentar houve uma resposta mais mista. O
Goldman Sachs e o JPMorgan Chase estão obtendo ganhos sólidos, junto com o Wells Fargo”, diz o
analista-chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson.

Enquanto isso, os investidores seguem digerindo os discursos hawkish das autoridades monetárias
no Fórum do BCE, que aconteceu em Sintra, Portugal, nesta semana. O presidente do Fed, Jerome
Powell, disse que havia “mais restrições chegando” e que aumentos “em reuniões consecutivas” não
estava fora de questão. Ele também disse que há uma “possibilidade significativa de que haverá
uma desaceleração”, embora esse não seja o cenário mais provável.

Já a chefe do BCE, Christine Lagarde, destacou que a inflação na zona do euro ainda estava em
níveis considerados altos e que era prematuro “declarar vitória” sobre o avanço dos preços,
indicando que novos aumentos de juros em estão no radar para este ano. Por sua vez, Andrew Bailey,
governador do Banco da Inglaterra (BoE), disse que a economia britânica está se mostrando “mais
resiliente” do que ele esperava, mas enfatizou que o BoE fará o que for necessário para reduzir a
alta inflação do Reino Unido.

Os novos dados econômicos dos Estados Unidos, divulgados mais cedo, reforçaram a possibilidade
de novos aumentos das taxas de juros do Fed. O Produto Interno Bruto (PIB) país foi revisado para
cima para 2% no trimestre anualizado, acima dos 1,4% na leitura anterior. Os pedidos de
auxílio-desemprego também foram mais fortes do que o esperado, caindo para 236 mil, ante 265 mil.

“Foi um pregão misto na quinta-feira, à medida que obtemos mais evidências de resiliência
econômica dos EUA, o que deixou os investidores se perguntando se eles subestimaram mais uma vez
quanto aperto monetário será necessário”, observa o analista sênior de mercado da Oanda, Craig
Erlam.

“Este tem sido um tema comum este ano, com os mercados refletindo repetidamente uma perspectiva
muito mais otimista sobre as taxas de juros, apesar dos números econômicos continuarem a superar.
Os investidores estão finalmente, relutantemente, adotando a maneira de pensar do Fed, embora ainda
estejamos vendo uma quantidade surpreendente de resiliência nos mercados de ações, considerando
que cada aumento adicional nas taxas aumenta o risco de recessão e uma aterrissagem mais difícil”,
acrescenta.

“O número do PIB do primeiro trimestre foi o mais surpreendente, pois superou
significativamente as expectativas, mas os pedidos iniciais de auxílio-desemprego também foram
muito menores do que as previsões e a tendência recente. A resiliência não é algo de que
costumamos reclamar, mas, desta vez, pode prejudicar a economia”, finaliza Erlam.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices europeus no fechamento:

FTSE-100 (Londres): -0,38%, 7.471,69 pontos
DAX-30 (Frankfurt): -0,10%, 15.937,83 pontos
CAC-40 (Paris): +0,36%, 7.312,73 pontos
FTSE MIB (Milão): +1,05%, 27.928,4 pontos
IBEX-35 (Madri): +0,26%, 9.510,60 pontos
SMI-20 (Zurique): -0,12%, 11.170,51 pontos
PSI-20 (Lisboa): -0,54%, 5.899,53 pontos

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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