Porto Alegre, 19 de março de 2020 – Apesar de atingir a maior produção
da história de milho na safra 2018/19, superando 100 milhões de toneladas, a
demanda doméstica robusta somada à exportações recordes ao longo de 2019
pressionaram os estoques brasileiros, segundo a avaliação do Rabobank, que
divulgou relatório hoje. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento), ao final de janeiro de 2020, os estoques de passagem de milho no
Brasil estavam em 11,4 milhões de toneladas, menor patamar desde o final do
ciclo 2015/16.
Essa baixa oferta disponível acompanhada de perdas produtivas na safra de
verão do Rio Grande do Sul, principal estado produtor do cereal nesse período
do ano, tem dado forte sustentação às cotações de milho no mercado
brasileiro. O indicador de milho Esalq, por exemplo, alcançou R$ 56,00/saca no
início de março/2020, o maior valor nominal da história.
Porém, como a maior parte (70 a 75%) da produção brasileira está
concentrada na segunda safra, a curva de futuros na BM&F/B3 tem se apresentado
invertida – com contratos de longo prazo com cotações inferiores aos
primeiros vencimentos (curto prazo). Dessa forma, as cotações para setembro/20
têm se apresentado cerca de 15-20% abaixo dos contratos de março/20.
No que diz respeito à segunda safra, a perspectiva é de expansão de
área em função do nível de preços do milho, porém, parte das áreas foram
semeadas fora da janela ideal de cultivo, o que tende a resultar em menores
produtividades no comparativo com o ano passado. Assim, somando a área de
verão e safrinha, o Rabobank estima que a produção de milho na safra 2019/20
no Brasil deva alcançar 100 milhões de toneladas, semeados em 18,4 milhões de
hectares -em linhas gerais, produção similar à do ciclo 2018/19, mesmo com
expansão de cerca de 900 mil hectares
O Rabobank elenca ainda alguns pontos de atenção a serem observados pelo
mercado:
* A Demanda doméstica por milho aquecida tem feito com que cotações internas
se mantenham acima da paridade de exportação, mesmo considerando o período de
entrada da oferta da safrinha.
* No atual cenário de produção e consumo interno, o Rabobank estima que as
exportações em 2020 fiquem entre 30 e 32 milhões de toneladas.
* Mesmo que a oferta da safrinha seja superior ao projetado atualmente, os
níveis de taxa de câmbio e paridade de exportação tendem a manter o suporte
às cotações do cereal.
As informações partem do Rabobank.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Cotação semanal
Dados referentes a semana 01/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,07Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.640,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 68,25Preço base - Integração
Atualizado em: 31/07/2025 11:10