Porto Alegre, 24 de maio de 2021 – No berço 206 do Porto de Paranaguá, o
navio Aurora SB está atracado para descarregar 35.279 toneladas de milho.
Importado da Argentina, o cereal, que costuma ser exportado pelos terminais
paranaenses, vai abastecer o mercado interno, em especial a indústria de
amidos, base para alguns produtos alimentícios humanos.
Este é o primeiro de quatro navios já esperados com milho para
desembarque no porto do Paraná nos próximos meses. Com previsão de quebra na
segunda safra do produto, outras importações devem acontecer até o final do
ano.
Segundo o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia,
pelos relatórios e divulgações oficiais sobre o desenvolvimento da lavoura de
milho, existe uma frustração em relação à safra para o segundo semestre, o
que deve ainda reduzir a oferta de milho para exportação.
“Em paralelo, a demanda interna aumenta e, por isso, as indústrias acabam
tendo que importar. Devemos receber ainda mais milho importado para esse fim,
considerando a quebra esperado para essa safrinha”, diz Garcia.
Segundo o diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da
Silva Júnior, esta não é a primeira vez que o Porto de Paranaguá recebe
milho de importação. “Toda vez que o consumo interno necessitar, essa
operação vai ocorrer e o Porto de Paranaguá estará apto a receber o produto
e descarregar com a mesma eficiência que operamos o produto para
exportação”, garante.
Ainda de acordo com Teixeira, o produto é descarregado da mesma forma como
os demais granéis de importação, como o malte, trigo, cevada e até a soja,
o que foi realizado no ano passado.
Com o auxílio de guindaste, de bordo ou de cais (MHCs), equipado com uma
espécie de concha (grab), o produto é retirado do porão do navio e, por um
funil, é despejado na caçamba dos caminhões. “Parte da carga segue direto
para o interior e o restante fica armazenado nos terminais de retaguarda do
Porto de Paranaguá”, afirma Teixeira.
SAFRA
Como pontua o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento,
Norberto Ortigara, o Brasil é um grande produtor de milho, inclusive com duas
safras do produto, o que poucos lugares do mundo têm condição de fazer.
Porém, segundo Ortigara, a segunda safra (safrinha 2021) sofreu problemas
no Paraná, assim como em alguns dos principais estados produtores (Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso e Goiás). “Ela está em risco porque foi instalada
tardiamente, em função do atraso da colheita da soja. É uma safra que tem
perdas elevadas em decorrência da estiagem”, comenta.
Apesar dos relatórios da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já
apontarem para uma perda significativa, o País segue sendo grande exportador,
mantendo a perspectiva de vender 35 milhões de toneladas de milho este ano.
“Só que com a desvalorização do real e com o crescimento dos preços no
mercado mundial, o milho ficou um insumo caro para a produção de frango,
porco, peixe, leite, que trabalham no limite, com muita dificuldade”, comenta o
secretário.
Diante desse quadro, segundo ele, muitas agroindústrias já estão
importando milho, muitos com benefícios fiscais, porque o produto, além de
escasso, está caro demais. “Devemos ter grandes importações do produto para
sustentar o nível de produção, em especial de frango e de porco”, diz
Ortigara.
Segundo ele, o problema é ainda mais grave nos estados vizinhos. Santa
Catarina e Rio Grande do Sul não têm uma segunda safra de milho, como o
Paraná. As informações partem da assessoria de imprensa da APPA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
Copyright 2021 – Grupo CMA
Cotação semanal
Dados referentes a semana 08/08/2025
Suíno Independente kg vivo
R$ 8,28Farelo de soja à vista tonelada
R$ 1.630,00Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.400,00Milho Saca
R$ 69,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/08/2025 09:10