Porto Alegre, 7 de outubro de 2016 O cenário para o futuro da suinocultura
brasileira não é bom e os representantes da cadeia receiam que pode ficar
pior com a oferta de milho cada vez mais restrita. A conclusão foi apresentada
durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr) da Câmara dos Deputados, na
tarde de terça-feira (04/10), em Brasília.
De acordo com o assessor técnico da Comissão Nacional de Aves e Suínos
da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Victor Ayres, o
efeito do dólar nos preços do milho brasileiro, a oferta e a demanda
regionalizadas do produto e a grande exportação do grão são fatores
determinantes para que, este ano, o preço se mantenha em patamares elevados
para o suinocultor. Isto vem sendo mais sentido na região Sul, que concentra
60% da produção brasileira de suínos. “Temos que trabalhar por medidas de
longo prazo para que o setor da suinocultura não fique vulnerável à
volatilidade dos preços dos grãos”, frisou.
O assessor observou que a cadeia de grãos se organizou e conseguiu
desenvolver medidas para capitalizar o produtor e proporcionar alternativas às
baixas do preço. “Hoje, os produtores possuem armazenagem a campo, o que
possibilita disponibilizar o produto em época de alta dos preços”, disse.
Para Ayres, a cadeia da suinocultura precisa seguir o mesmo exemplo e criar
alternativas ao desabastecimento e não apenas esperar a intervenção do
governo. “Além de educação financeira e politica agrícola que contemple
melhor o produtor de proteína animal, é preciso políticas estaduais de
autossuficiência na produção e armazenagem do milho nos estados
deficitários”, explicou.
Pelo mundo
Victor Ayres mostrou o exemplo da União Europeia (UE), que produz quase
oito vezes mais carne suína que o Brasil e não sofre com a falta de milho para
alimento dos animais. Segundo Ayres, na UE é viável a substituição do
insumo por outras fontes energéticas. “Nos países europeus também existe
volatilidade do produto. Mas, eles conseguem sobreviver, pois a cadeia produtiva
recebe subsídios diretos do governo”.
O assessor também falou sobre a China, que tem uma população enorme e
também não sofre com a falta do milho. “O desabastecimento é a coisa mais
séria para o país. Eles já sofreram com a fome. As políticas de apoio têm
prioridades para garantir o abastecimento”. Ayres observou que a China tem
estoques de 103 milhões de toneladas do produto. “No Brasil, não
desenvolvemos políticas para garantir o abastecimento interno”.
Hoje, apesar de o Brasil ter uma Lei Agrícola (N 8171/91) que garante o
abastecimento e a manutenção de estoques reguladores para o abastecimento da
sociedade, o que o país dispõe é de apenas 850 mil toneladas de milho em
estoque para qualquer emergência. As informações partem da assessoria de
comunicação da CNA.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Atualizado em: 06/05/2025 09:25