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MILHO:Indústria, produtor e governo buscam solução para abastecimento em SC

25 de abril de 2016
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Porto Alegre, 25 de abril de 2016 – Continua complicado o abastecimento de
milho para as cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura industrial em
Santa Catarina no primeiro semestre deste ano: o grão está caro e escasso,
portanto, com preço em ascensão. A avaliação é do presidente da Federação
da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino
Pedrozo. A situação somente irá melhorar no segundo semestre, com a entrada
da safrinha.

Santa Catarina possui o mais avançado parque agroindustrial do Brasil,
representado pelas avançadas cadeias produtivas da avicultura e da
suinocultura. Essa fabulosa estrutura gera uma riqueza econômica de mais de 1
bilhão de aves e 12 milhões de suínos por ano, sustenta mais de 150 mil
empregos diretos e indiretos e gera bilhões de reais em movimento econômico.

Pedrozo realça que um dos principais insumos para o funcionamento dessas
gigantescas cadeias produtivas é o milho. “O sucesso ou o fracasso da cultura
do milho reflete diretamente na economia catarinense”, explica.

Embora seja tão essencial, a cultura do milho está encolhendo. Em 2005,
106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e
colhiam entre 3,8 e 4 milhões de toneladas. Nesses dez anos, a área plantada
foi se reduzindo paulatinamente e, em 2015, foram cultivados entre 250 mil e 300
mil hectares de lavouras para uma produção estimada em 2,5 milhões de
toneladas.

Pedrozo alerta que esse quadro representa uma equação perigosa: para um
consumo de 6 milhões de toneladas haverá uma produção interna de 2,5
milhões e, portanto, uma necessidade de importação de 3,5 milhões de
toneladas de milho. Insumo escasso representa encarecimento para os produtores
rurais e para as agroindústrias e gera um “efeito dominó” por que, por via
de consequência, os alimentos (especialmente a carne) tornam-se mais caros
para o consumidor.

O presidente da Faesc aponta que a conjugação de uma série de fatores
contribuiu para redução tão drástica da produção. Os produtores migraram
para a soja, que tem grande liquidez no mercado de commodities, menor custo de
produção e melhor remuneração final aos agricultores. Enquanto a saca de
milho vale entre 35 e 40 reais, a de soja vale 70 reais. Outro fator é que 40%
do milho que Santa Catarina produz se destinam a silagem, portanto, não saem da
propriedade e são utilizados na nutrição animal do gado leiteiro.

Governo e setor produtivo estão gestando uma saída para essa crise de
abastecimento com o programa de incentivo ao plantio de milho em Santa Catarina.
A iniciativa é da Secretaria de Estado da Agricultura, Fecoagro, cooperativas
agropecuárias, agroindústrias e Cooperativa Central Aurora Alimentos. O
programa entrará em operação no início de maio. Entre os objetivos da
iniciativa estão: ampliar em 100 mil hectares a área plantada em Santa
Catarina; garantir um preço remunerador ao plantador; oferecer os insumos
necessários em um pacote tecnológico com prazo de safra; assegurar a compra do
milho com margem ao agricultor, em volume mínimo para pagar os insumos e
confirmar a venda do grão à agroindústria em preço compatível com os custos
de produção.

EXPORTAÇÃO PREJUDICADA

No ano passado, os preços do milho não agradaram os produtores. Por outro
lado, a atual situação cambial estimula a exportação de milho: o Brasil já
embarcou 33 milhões de toneladas para o exterior (a produção nacional deve
chegar a 85 milhões de toneladas), agravando ainda mais a situação interna. O
sul do Brasil terá que importar milho da Argentina, do Paraguai e do
centro-oeste. A Conab não dispõe de estoques para regular o mercado.

José Zeferino Pedrozo insiste que é preciso perseverar na busca da
autossuficiência catarinense, seja via aumento da produtividade, utilização
de sementes de alta tecnologia e calcário calcítico. Outro desafio adicional
neste cenário é a armazenagem, pois, 30% da produção não têm estocagem.
Com informações da assessoria de imprensa da Faesc.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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Alibem - base suíno leitão

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Estrela Alimentos - base leitão

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Pamplona* base suíno leitão

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