O mercado brasileiro de suínos registrou quedas nas cotações em grande parte das praças durante o mês de julho. O movimento de queda ocorreu pelo excedente de oferta no mercado interno, aponta o analista de Safras & Mercado, Allan Maia Alano.
A demanda interna por carne suína começou julho abaixo das expectativas, mesmo sendo o período do mês em que o consumo tende a ser maior devido ao recebimento da massa salarial. “Nem mesmo o frio mais intenso vistos no Sul e Sudeste (quando se consome mais a carne suína) e também os altos preços vistos na carne bovina foram capazes de atrair os consumidores”, apontou o analista.
Com a entrada da segunda quinzena do mês, os preços mantiveram-se mais acomodados, com poucas baixas, mas não esboçaram reação. Já no mercado atacadista, os frigoríficos alegam dificuldades nas vendas, o que vem gerando aumento dos estoques e consequentemente queda nos preços, diz Allan Maia.
Como exemplo, o preço CIF Frigorífico para o suíno em São Paulo chegou a este 30 de julho em R$ 66,28 a arroba, apresentando queda de 2,9% no comparativo com o mesmo período do mês passado. No Paraná, na integração, o preço no mesmo comparativo recuou 5,2%, caindo de R$ 3,26 para R$ 3,09 o quilo vivo. No interior gaúcho, o quilo vivo baixou de R$ 3,16 para R$ 3,08, queda de 2,5%.
A produção brasileira de carne suína encerrou o primeiro semestre com alta de 3,12% se comparado ao mesmo período do ano passado. Já as exportações apresentaram queda de 5,3% no mesmo período. Assim, a disponibilidade interna ficou 4,42% acima este ano, o que acaba refletindo nas cotações. As exportações de julho vão trazer números recordes nesse ano. Até a quarta semana (18 dias úteis), uma semana antes do fechamento de julho, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), já foram embarcadas 41,2 mil toneladas, superando o mês de maio, que apresentou 40,7 mil toneladas. As exportações seguem sendo fundamentais para o escoamento da produção brasileira, podendo levar a um maior equilíbrio no mercando interno e trazer recuperação aos preços, coloca o analista de Safras.
E enquanto a carne suína vem tendo queda nos preços, os suinocultores ainda enfrentam aumento no custo dos principais insumos para o arraçoamento animal, o que acaba gerando uma menor taxa de retorno na produção. “Com as margens cada vez menores, os produtores devem investir menos no aumento dos seus plantéis. Assim, com a menor produção, a tendência é que haja recuperação das cotações nos próximos meses, pois a demanda no segundo semestre tende a ser maior”, conclui Allan Maia.
Cotação semanal
Dados referentes a semana 22/11/2024
Suíno Independente kg vivo
R$ 9,53Farelo de soja à vista tonelada
R$ 71,50Casquinha de soja à vista tonelada
R$ 1.200,00Milho Saca
R$ 1.975,00Preço base - Integração
Atualizado em: 07/11/2024 17:50