PETRÓLEO: Executivo-chefe da Saudi Aramco prevê escassez de oferta

Porto Alegre, 10 de julho de 2017 – O mundo está caminhando para um
cenário de escassez na oferta de petróleo, e a produção de petróleo
não-convencional (shale oil) dos Estados Unidos não poderá impedir esta
situação, disse Amin Nasser, executivo-chefe da estatal de petróleo da
Arábia Saudita, a Saudi Aramco. As informações são da agência de notícias
“Dow Jones”.

Segundo Nasser, a queda nos preços nos últimos três anos reduziu
investimentos em projetos de exploração e produção no longo prazo. “A
situação de longo prazo dos estoques de petróleo está se tornando
preocupante”, disse ele no Congresso Mundial de Petróleo, em Istambul.

O alerta surge enquanto o mercado lida com o excesso de oferta, após o
boom petrolífero dos Estados Unidos e um frenesi de produção em 2015 e 2016
pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). A Arábia
Saudita é a maior produtora da Opep e a Saudi Aramco produziu em 2016, em
média, mais de 10,5 milhões de barris por dia (bpd) – um recorde.

Nasser disse que a escassez de investimentos agora levaria a menos barris
no futuro, mesmo com a produção não-convencional. Ele disse que o mundo
precisa de 20 milhões de bpd de produção nova nos próximos cinco anos para
atender a demanda. “Investimentos em incrementos menores, como o shale oil,
simplesmente não serão suficientes”, disse.

A Saudi Aramco está se preparando para realizar a oferta pública inicial
de ações (IPO, na sigla em inglês) de até 5% de seu capital, no que pode ser
o IPO mais valioso de todos os tempos. Nasser disse que a empresa permanece
comprometida com um plano de gastos de US$ 300 bilhões nos próximos 10 anos.
Suas preocupações sobre a escassez de oferta são compartilhadas pela Agência
Internacional de Energia (AIE). As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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