PETRÓLEO: Fitch corta projeção do Brent a US$ 35 este ano e WTI a US$ 32

Porto Alegre, 2 de abril de 2020 – Diante da pressão sobre o mercado de
petróleo provocada pela redução da demanda diante da pandemia do novo
coronavírus, a agência classificação de risco Fitch Ratings cortou suas
projeções de preços para este ano. Com isso, o barril do Brent – referência
no mercado internacional – passou de US$ 41 para US$ 35 o barril e o WTI, de US$
38 para US$ 32.

Para 2021, as estimativas também foram revistas em baixa, saindo de US$ 48
para US$ 45 no caso do Brent, e de US$ 45 para US$ 42 o barril no caso do WTI.

“Reduzimos ainda mais as projeções de preço do petróleo para 2020 e
2021 à medida que a rápida disseminação do novo coronavírus enfraquece as
perspectivas econômicas globais de curto prazo e a demanda de petróleo,
resultando em um excesso de oferta significativo”, diz a agência em
relatório.

A Fitch atribui à queda no consumo de petróleo à atividade econômica
muito menor devido aos bloqueios sem precedentes em grande parte da Europa, nos
Estados Unidos e em muitos outros países.

“Esperamos que a demanda caia vários milhões de barris por dia em 2020
em comparação a 2019. O combustível para aviação e a gasolina, que
representam 35% do consumo global de petróleo, serão os mais afetados pelos
bloqueios”, afirma.

Também pesa, segundo a agência, o fracasso dos países da Opep+ em
ampliar os cortes na produção que, na prática, significa que os membros do
cartel removeram as cotas este mês, aumentando a oferta. A Arábia Saudita, que
tem capacidade disponível de pelo menos dois milhões de barris por dia (bpd),
pretende maximizar a produção.

Neste cenário, a Fitch espera que a produção geral da Opep possa crescer
cerca de 3 milhões de bpd no curto prazo.

“Esperamos que a recuperação do preço do petróleo seja impulsionada por
uma combinação de atividade econômica em recuperação depois que as medidas
de bloqueio forem suspensas e os ajustes de oferta devido a interrupções
seletivas de oferta por produtores de alto custo, investimentos mais baixos nos
Estados Unidos e possíveis cortes voluntários entre os membros da Opep”,
completa a Fitch. Com informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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