PETRÓLEO: Futuros aceleram quedas e chegam a perder 5%

Porto Alegre, 14 de julho de 2022 – Os preços do petróleo aceleraram as
quedas e perdem mais de 5%, com os investidores se concentrando na perspectiva
de um grande aumento de juros nos Estados Unidos que poderia conter a
inflação, mas ao mesmo tempo afetar a demanda por petróleo.

Os preços do petróleo caíram nas últimas duas semanas devido a
preocupações com a recessão, apesar da queda nas exportações de petróleo
bruto e produtos refinados da Rússia em meio a sanções ocidentais e
interrupções no fornecimento na Líbia.

O Indice de Preços ao Produtor (IPP)de hoje relembrou o mercado da alta
inflação e, junto com Indice de Preços ao Consumidor de ontem, aumentou a
expectativa para um aumento de 1,0 ponto percentual (pp) na taxa básica de
juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

O IPP subiu 1,1% em junho na comparação com o mês anterior, após a alta
de 0,9% em maio, já descontados os fatores sazonais, informou o Departamento do
Trabalho. Analistas previam alta de 0,8% em junho.

Claramente, o foco agora está no lado da demanda da equação do petróleo.
O relatório semanal da administração de informações de energia do governo
dos Estados Unidos de ontem mostrou aumentos consideráveis nos estoques de
produtos, afirmam analistas da PVM Oil Associates.

O dano colateral dos crescentes temores da inflação é o dólar forte,
que também leva a quedas nos preços do petróleo. Curiosamente, os mercados
físicos ainda são fortes, mas a mudança no sentimento dos investidores
financeiros é atualmente a força motriz dominante, explicam.

O índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos subiu 1,3% em
junho na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais,
segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam alta de
1,1%.

Em maio, o índice subiu 1,0% em comparação com o mês anterior. Nos 12
meses até junho, o índice de preços ao consumidor subiu 9,1%. O mercado
previa alta de 8,8% em base anual.

Os investidores também correram para o dólar, muitas vezes visto como um
ativo porto seguro. O índice do dólar atingiu uma alta de 20 anos ontem, o que
torna as compras de petróleo mais caras para compradores fora dos Estados
Unidos.

As preocupações com as restrições do covid-19 em várias cidades
chinesas para conter novos casos de uma subvariante altamente infecciosa também
mantiveram os preços do petróleo sob controle.

As importações diárias de petróleo bruto da China em junho caíram para
o menor nível desde julho de 2018, com as refinarias antecipando medidas de
bloqueio que devem conter a demanda,mostraram dados alfandegários ontem.

Por volta de 10h38 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para agosto caía 5,04%, cotado a
US$ 91,45 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma
ICE, com entrega para setembro regredia 4,27%, cotado a US$ 95,22 o barril. As
informações são da Agência CMA.

Revisão: Yasmim Borges (yasmim.borges@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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