PETRÓLEO: Futuros aceleram quedas e chegam a perder 5% com aperto monetário

Porto Alegre, 17 de junho de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo aceleram as quedas e despencam até 5% chegando a uma mínima de três
semanas, já que os aumentos das taxas de juros dos principais bancos centrais
alimentaram as preocupações de uma forte desaceleração econômica.

Na semana, o Brent está a caminho de sua primeira queda semanal em cinco
semanas, e o WTI deve chegar ao seu primeiro declínio em oito semanas.

A Associação Automobilística Americana (AAA) disse que o preço do
diesel na bomba atingiu um recorde de US$ 5,798 por galão, enquanto o preço da
gasolina atingiu seu recorde de US$ 5,016 no início da semana.

“Os banqueiros centrais globais, que conseguiram contornar uma depressão
causada pela pandemia com ações rápidas há dois anos, agora estão
tropeçando nas consequências enquanto tentam conter um aumento de inflação
que ninguém previu ou conseguiu evitar”, afirmam analistas da Oanda.

“O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco
Central Europeu (BCE) têm credibilidade suficiente para projetar uma redução
na inflação sem causar uma recessão profunda como a última vez que nós
lutamos contra esses preços em alta”, disse o presidente do Fed de St. Louis,
James Bullard.

Mas com a expectativa de que o Fed continue aumentando as taxas de juros,
os traders e investidores estão em ampla fuga de risco, abandonando commodities
e indo para os Tresuries.

O mercado global de petróleo continua a mostrar sinais de
“turbulência”, disse o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak, culpando
as incertezas sobre a recuperação da produção de petróleo na Líbia, Irã
e Venezuela e a falta de infraestrutura energética.

Grande parte dessa turbulência, no entanto, deveu-se às ações da
Rússia desde a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro.

A Itália pode declarar um “estado de alerta” intensificado sobre o gás
natural na próxima semana se a Rússia continuar reduzindo seus suprimentos,
disseram duas fontes do governo depois que a empresa de energia Eni relatou um
déficit nos fluxos de Moscou pelo terceiro dia consecutivo.

Enquanto isso, o executivo da União Européia recomendou que a Ucrânia e
a Moldávia se tornem candidatas à adesão, um marco em seu caminho de
ex-repúblicas soviéticas para economias desenvolvidas no maior bloco comercial
do mundo.

Por volta de 13h07 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para julho caía 5,50%, cotado a
US$ 111,12 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma
ICE, com entrega para agosto regredia 4,62%, cotado a US$ 114,31 o barril. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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