PETRÓLEO: Futuros aceleram quedas e chegam a perder quase 5%

Porto Alegre, 19 de abril de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo aceleraram as quedas do começo do dia depois que o Fundo Monetário
Internacional (FMI) divulgou suas previsões para o crescimento econômico e
cortou várias das perspectivas de altas para este e o próximo ano ao redor do
mundo. A ação preocupou os traders, que temem uma queda na demanda.

Os preços caíram apesar da menor produção da Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep), que gerou 1,45 milhão de barris por dia (bpd)
abaixo de suas metas em março, quando a produção russa começou a cair após
as sanções impostas pelo Ocidente, de acordo com um relatório da aliança de
produtores divulgado pela Reuters.

A Rússia produziu cerca de 300 mil bpd abaixo de sua meta em março, somando
10,018 milhões de bpd, com base em fontes secundárias, mostrou o relatório.

O FMI cortou sua previsão de crescimento econômico global para 2022 em
quase um ponto percentual, passando de 4,4% para 3,6%. O órgão citou a
invasão da Ucrânia pela Rússia, e alertou que a inflação agora é um
“perigo claro e presente” para muitos países.

A perspectiva de baixa aumentou a pressão sobre os preços do dólar, que
está sendo negociado em uma alta de dois anos. Um dólar mais firme torna as
commodities cotadas em dólares mais caras para os detentores de outras moedas,
o que pode diminuir a demanda.

O presidente da unidade de St. Louis do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano), James Bullard, disse ontem que a inflação norte-americana
está “alta demais” ao repetir que o órgão deve aumentar as taxas de juros
para 3,5% até o final do ano para desacelerar o aumento dos preços.

“Isso fez com que o dólar se recuperasse, o que pressiona o petróleo para
baixo”, disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group.

A economia da China desacelerou em março, piorando uma perspectiva já
enfraquecida pelas restrições da covid-19 e pelo conflito na Ucrânia.

No entanto, a demanda por combustível na China, o maior importador de
petróleo do mundo, pode começar a aumentar à medida que as fábricas se
preparam para reabrir em Xangai.

A queda dos preços na terça-feira seguiu um aumento de mais de 1% ontem,
quando os preços do petróleo atingiram seu maior nível desde 28 de março
devido a interrupções no fornecimento de petróleo da Líbia.

A National Oil Corp (NOC) do país alertou que houve “uma onda dolorosa de
interrupções” e declarou fechamento por força maior em algumas produções e
exportações, já que as forças do leste expandiram seu bloqueio ao setor
devido a um impasse político.

Hoje, a NOC também declarou interrupção por força maior no porto
petrolífero de Brega.

A possibilidade de uma proibição da União Europeia ao petróleo russo
devido à invasão da Ucrânia continuou a manter o mercado no limite. O
ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, disse que um embargo ao
petróleo russo na União Europeia estava em andamento.

Há pouco, o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com
entrega para maio caía 4,90%, cotado a US$ 102,90 o barril. Já o preço do
contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para junho regredia
4,98%, cotado a US$ 107,55 o barril.

Com informações partem da Agência CMA.

Revisão: Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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