PETRÓLEO: Futuros ampliam perdas, com pressão sobre a demanda sobrepondo oferta apertada

Porto Alegre, 12 de junho de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo ampliaram as
perdas do início da manhã e caem cerca de 3%, conforme os investidores vão se preocupando cada
vez mais com a chegada de novos suprimentos da commodity ao mercado global enquanto a demanda global
permanece fraca em meio à desaceleração econômica.

Os preços do petróleo caíram cerca de 15% este ano, à medida que o Federal Reserve (Fed, o
banco central americano) elevou as taxas de juros num ritmo muito rápido. A China, maior importador
mundial de petróleo, viu uma recuperação lenta após os lockdowns contra a covid-19, o que
também pesou sobre a demanda global.

A previsão é de que o Fed pause um aumento de juros na reunião desta semana pela primeira vez
em mais de um ano, mas deve retomar o aumento dos custos dos empréstimos em julho. O Goldman Sachs
reduziu suas previsões de preços depois que a Rússia conseguiu exportar mais petróleo do que o
esperado, apesar das sanções após sua invasão da Ucrânia no ano passado, informou a Reuters.

“O comércio de petróleo viu a liquidez secar devido aos rumores de um acordo para suspender as
sanções ao Irã e os temores antes da decisão de juros do Fed desta semana cederam novamente aos
temores de que a economia global entrará em colapso em breve”, explica o analista do Price Futures
Group, Phil Flynn.

Pelo lado da oferta, a petrolífera norte-americana Chevron continua a aumentar a produção de
petróleo na Venezuela depois de receber luz verde do governo dos Estados Unidos em novembro,
enquanto a produção da Rússia permanece alta, apesar das sanções.

Além disso, o Irã agora está sendo visto como uma fonte potencial de novos barris de
exportação, enquanto os Estados Unidos continuam a discutir um acordo nuclear com o país. Para
esta semana, o mercado estará atento aos relatórios mensais de perspectivas de petróleo da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Agência Internacional de Energia
(AIE).

Isso ocorre enquanto a Arábia Saudita cortou a produção de petróleo quatro vezes no ano
passado e a oferta russa se manteve à medida que as sanções foram projetadas de forma a ter menos
impacto na produção.

As exportações de petróleo russo para a China e a India cresceram, apesar da implementação
do embargo da União Europeia e do mecanismo de teto de preços do G-7, que começou no início de
dezembro.

Por volta de 12h10 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para julho caía 3,26%, cotado a US$ 67,88 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para agosto recuava 2,75%, cotado a US$ 72,73 o
barril. As informações são da Agência CMA.

Revisão: Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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