PETRÓLEO: Futuros continuam a cair com cautela dominando sentimento

Porto Alegre, 20 de março de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo continuam a
cair, mas diminuíram as perdas, com os traders digerindo as últimas novidades do setor bancário.
A insegurança faz com que a maioria venda seus ativos mais arriscado, entre eles commodities.

Os preços do petróleo estão sob pressão de uma crise no setor bancário ocidental, que viu a
queda do Silicon Valley Bank, focado em startups de tecnologia, e a aquisição do Credit Suisse
pelo rival suíço UBSno intervalo de duas semanas.

De acordo com a CNBC, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está
preocupada que estes sejam os primeiros sinais de uma crise parecida com a de 2008.

Uma das fontes observou que a queda provavelmente foi temporária e não sustentada pelos
fundamentos de oferta e demanda em torno da commodity física, mas enfatizou a necessidade de
monitorar o efeito potencial nas decisões sobre taxas de juros e inflação de bancos centrais.

O Banco Central Europeu (BCE) avançou com um novo aumento da taxa de 0,5 ponto percentual (pp)
em 16 de março, enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve tomar sua
própria decisão de taxa esta semana.

No ano passado, a Opep+ defendeu a estabilidade no cenário dos preços do petróleo para
incentivar investimentos de longo prazo em capacidade ociosa e evitar escassez de oferta.

Peter Cardillo, da Spartan Capital, disse em uma nota que os comerciantes de petróleo
“permanecem hesitantes sobre a demanda futura” e que “a aquisição do Credit Suisse funciona em
psicologia reversa, aumentando a cautela dos investidores”.

“Com o setor macrofinanceiro empurrando os preços do petróleo ainda mais para baixo após a
queda de 13% na semana passada, os investidores estão de olho na Opep+ e em outros grandes
produtores de petróleo para ver se eles começam a cortar a produção ou fazer outros anúncios”,
conclui.

As dúvidas persistem sobre o potencial aumento da demanda com a reabertura da China – o maior
importador mundial de petróleo bruto, cuja compra foi controlada durante grande parte do ano
passado pelas restrições do Covid-19.

A Agência Internacional de Energia, com sede em Paris, disse, no entanto, na edição de março
de seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo, que espera que o crescimento da demanda
mundial por petróleo “acelere acentuadamente ao longo de 2023”, vendo “a recuperação do tráfego
aéreo e a liberação de reservas reprimidas”.

Por volta de 9h48 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para abril caía 0,62%, cotado a US$ 66,37 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para maio regredia 0,45%, cotado a US$ 72,63 o
barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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