PETRÓLEO: Futuros disparam após acordo de embargo da UE a óleo russo

Porto Alegre, 31 de maio de 2022 – Os preços dos contratos futuros de
petróleo dispararam depois que os líderes da União Europeia chegaram a um
acordo para proibir 90% do petróleo russo até o final do ano.

O acordo resolve um impasse depois que a Hungria inicialmente suspendeu as
negociações. A Hungria é um grande usuário do petróleo russo e seu líder,
Viktor Orban, tem mantido relações amistosas com o russo Vladimir Putin.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, disse que a medida
atingiria imediatamente 75% das importações de petróleo russas.

O embargo faz parte do sexto pacote de sanções da União Europeia à
Rússia desde que invadiu a Ucrânia. As negociações para impor um embargo de
petróleo estão em andamento desde o início do mês.

O Conselho Europeu concorda que o sexto pacote de sanções contra a
Rússia cobrirá o petróleo bruto, bem como os produtos petrolíferos,
entregues da Rússia aos Estados-Membros, com uma exceção temporária para o
petróleo bruto entregue por oleoduto, de acordo com um comunicado
oficial.

O órgão acrescentou que, em caso de interrupções repentinas de
fornecimento, serão introduzidas medidas de emergência para garantir a
segurança do fornecimento.

Essa exceção temporária abrange o petróleo russo restante ainda não
proibido, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em
entrevista coletiva.

Concordamos que o Conselho voltará ao tema o mais rápido possível de uma
forma ou de outra. Então esse é um tema no qual ainda teremos que trabalhar,
mas é um grande avanço, o que fizemos hoje, disse ela, referindo-se à
isenção temporária.

Von der Leyen explicou que a isenção temporária foi concedida para que a
Hungria, juntamente com a Eslováquia e a República Checa tenham acesso que
não podem substituir facilmente.

Aproximadamente 36% das importações de petróleo da União Europeia vêm
da Rússia, um país que desempenha um papel descomunal nos mercados globais de
petróleo.

A proibição pode exacerbar as preocupações sobre um mercado de energia
já apertado. Os preços da energia dispararam no ano passado, contribuindo para
um ambiente inflacionário aquecido em muitos países.

“Os mercados não encontrarão consolo na reunião de produção da
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados desta
semana. Se a China está reabrindo e a Europa está limitando o petróleo russo,
há apenas uma direção. Só um acordo surpresa com o Irã – improvável, pois
eles estão apreendendo navios-tanque no momento – ou uma capitulação ao
governo autocrático da Venezuela poderiam mudar a dinâmica de oferta e
demanda. Nenhum deles, no entanto, aliviaria o aperto nos produtos refinados que
sustentam as altas”, afirmam analistas da Oanda.

A Opep e aliados devem manter seu plano original de um aumento modesto de
432 mil barris por dia para julho, segundo a Reuters.

Por volta de 9h45 (horário de Brasília), o preço do contrato do
petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para julho subia 3,38%, cotado a
US$ 118,99 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma
ICE, com entrega para julho avançava 1,67%, cotado a US$ 123,71 o barril. Com
informações da Agência CMA.

Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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