PETRÓLEO: Futuros em queda ainda influenciados por estoques dos EUA

Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo estão em
queda, continuando as baixas da sessão anterior, depois de uma elevação maior do que o esperado
nos estoques da commodity nos Estados Unidos.

Os estoques de petróleo dos Estados Unidos subiram em 4,1 milhões de barris, ou 0,9%, na
semana encerrada em 27 de janeiro, para 452,7 milhões de barris. Analistas previam estabilidade nos
estoques de petróleo.

Os estoques de gasolina aumentaram em 2,6 milhões de barris, ou 1,1%, para 234,6 milhões de
barris. Os estoques de outros derivados avançaram em 2,3 milhões de barris, ou 2,0%, para 117,6
milhões de barris. A produção doméstica de petróleo dos Estados Unidos, por sua vez, se manteve
em 12,2 milhões de bpd.

A previsão para os estoques de gasolina era de alta de 900 mil barris, enquanto para os outros
derivados, que incluem óleo diesel, a expectativa era de baixa em 1,0 milhão barris.

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) elevou sua meta de taxa de juros em
0,25 ponto percentual (pp) ontem, mas continuou a prometer “aumentos contínuos” nos custos de
empréstimos como parte de sua batalha contra a inflação.

“A inflação diminuiu um pouco, mas continua elevada”, disse o banco central em um comunicado
que marcou um reconhecimento explícito do progresso feito na redução do ritmo de alta de preços
em relação às máximas em 40 anos atingidas no ano passado.

O índice do dólar dos Estados Unidos caiu para uma baixa de nove meses, em reação às
apostas de aumento de taxa mais suaves. Um dólar mais fraco torna o petróleo cotado em dólar mais
barato para detentores de outras moedas, aumentando a demanda, o que limita as baixas nos preços.

As condições não são um bom presságio para as perspectivas de longo prazo do dólar, disse
a empresa de estratégia de investimentos BCA Research, referindo-se a uma melhora nas perspectivas
econômicas globais amplamente baseadas na reabertura da China após restrições rígidas de
covid-19. “Esperamos que o petróleo seja a commodity que mais se beneficie de uma melhora no
ímpeto econômico chinês.”

Os países da UE buscarão um acordo sobre uma proposta da Comissão Europeia para estabelecer
preços máximos para os produtos petrolíferos russos, depois de adiar uma decisão devido a
divisões entre os Estados membros, disseram diplomatas.

A Comissão Européia propôs na semana passada que, a partir de 5 de fevereiro, a UE aplique um
limite de preço de US$ 100 o barril para produtos petrolíferos premium russos, como o diesel, e um
limite de US$ 45 por barril para produtos com desconto, como óleo combustível.

Enquanto isso, um painel da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) endossou
a atual política de produção do grupo produtor em uma reunião feita ontem, deixando os cortes de
produção acordados no ano passado inalterados em meio a esperanças de maior demanda chinesa e
perspectivas incertas para a oferta russa.

A Opep e seus aliados, incluindo a Rússia, concordaram em cortar sua meta de produção em 2
milhões de barris por dia (bpd) – cerca de 2% da demanda global – de novembro do ano passado até o
final de 2023 para apoiar o mercado.

Por volta de 9h41 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para março caía 0,42%, cotado a US$ 76,01 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para abril regredia 0,73%, cotado a US$ 82,23 o
barril. As informações são da Agência CMA.

Yasmim Borges (yasmim.borges@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2023 – Grupo CMA