PETRÓLEO: Futuros estendem ganhos de ontem após cortes da Opep+

Porto Alegre, 4 de abril de 2023 – Os preços dos contratos futuros de petróleo estão em alta,
depois que os planos da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados de
cortar mais produção sacudiram os mercados ontem.

Ambos os índices de referência saltaram mais de 6% depois que a Opep e aliados, incluindo a
Rússia, conhecidos coletivamente como Opep+, abalaram os mercados com o anúncio de cortes
voluntários de produção de 1,66 milhão de barris por dia (bpd) de maio até o final de 2023.

As últimas promessas elevam o volume total de cortes da Opep+ para 3,66 milhões de bpd,
incluindo um corte de 2 milhões de barris em outubro passado, equivalente a cerca de 3,7% da
demanda global.

“Os preços do petróleo podem subir facilmente acima de US$ 100 o barril”, disse Fereidun
Fesharaki, da consultoria FGE. Nossos saldos futuros mostram uma redução muito acentuada nos
estoques até o final de 2023, acrescentou.

As restrições de produção da Opep+ levaram a maioria dos analistas a aumentar suas
previsões de preço do petróleo Brent para cerca de US$ 100 por barril até o final do ano. O
Goldman Sachs elevou sua previsão para o Brent para US$ 95 o barril até o final deste ano e para
US$ 100 em 2024.

“A motivação por trás do corte não está clara nas declarações públicas muito limitadas
que foram feitas”, disse Callum Macpherson, chefe de commodities da Investec.

“Pode ser devido a preocupações sobre o derramamento da recente volatilidade do mercado de
ações nos preços do petróleo ou porque os membros percebem uma fraqueza no mercado físico que
não é aparente para o mercado mais amplo”, acrescentou.

A notícia aumentou as preocupações dos investidores sobre custos mais altos para empresas e
consumidores, aumentando os temores de que uma sacudida inflacionária na economia mundial devido ao
aumento dos preços do petróleo resultará em mais aumentos de juros.

Os observadores do mercado têm tentado avaliar quanto tempo mais o Federal Reserve (Fed, o
banco central norte-americano) pode precisar para continuar aumentando as taxas de juros para
esfriar a inflação e se a economia dos Estados Unidos pode estar caminhando para uma recessão.

A atividade industrial dos Estados Unidos caiu para o nível mais baixo em quase três anos em
março e pode cair ainda mais com crédito mais restrito e custos de empréstimos mais altos.

Por volta de 9h51 (horário de Brasília), o preço do contrato do petróleo WTI negociado na
Nymex com entrega para maio subia 0,88%, cotado a US$ 81,13 o barril. Já o preço do contrato do
Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para junho avançava 0,74%, cotado a US$ 83,96 o
barril.

As informações partem da Agência CMA.

Revisão: Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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