PETRÓLEO: Futuros fecham em menor preços desde invasão da Ucrânia com medo da recessão

Porto Alegre, 4 de agosto de 2022 – Os preços dos contratos futuros de petróleo fecharam em
seus níveis mais baixos desde antes da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro, com os
traders preocupados com a possibilidade de uma recessão econômica no final deste ano que poderia
destruir a demanda por energia.

A queda nos preços do petróleo pode ser um alívio para grandes nações consumidoras, como os
Estados Unidos e países da Europa, que vêm pedindo aos produtores que aumentem a produção para
compensar a escassez de oferta e combater a inflação furiosa.

A venda se seguiu um aumento inesperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos na semana
passada. Os estoques de gasolina, um medidor da demanda, também mostraram um aumento surpreendente,
já que o apetite por combustível desacelerou sob o peso dos preços da gasolina perto de US$ 5 o
galão, disse a administração de informações de energia do governo dos Estados Unidos.

As perspectivas de demanda permanecem obscurecidas por preocupações crescentes com uma queda
econômica nos Estados Unidos e na Europa, endividamento em economias de mercado emergentes e uma
política estrita de zero covid-19 na China, o maior importador de petróleo do mundo.

Uma pressão adicional seguiu-se a temores de que o aumento das taxas de juros pudesse
desacelerar a atividade econômica e limitar a demanda por combustível. O Banco da Inglaterra (BoE)
elevou as taxas e alertou sobre os riscos de recessão.

Um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados feito
ontem para aumentar sua meta de produção em apenas 100 mil barris por dia (bpd) em setembro, o
equivalente a 0,1% da demanda global, foi visto por alguns analistas como mau sinal.

O preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para setembro caiu 2,58%,
cotado a US$ 88,54 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com
entrega para outubro regredia 3,12%, cotado a US$ 94,12 o barril.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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